Um time em
construção venceu o clássico Gre-nal deste domingo em Erechim. O Internacional
que está sendo montado por Dunga fez a sua obrigação, venceu um Grêmio recheado
de suplentes. Não foi um clássico com a mesma adrenalina porque o Grêmio não
mandou a campo seus melhores jogadores, como Zé Roberto e Vargas – sua mais
nova estrela.
Não foi um
clássico com carrinhos, com polêmicas, nem mesmo com os nervos à flor da pele como
exige a rivalidade das torcidas. Mas foi um jogo em que as duas torcidas saíram
com suas comemorações. O Inter pela vitória, porque o time ainda precisa ser
ajustado em muitos pontos. O Grêmio porque está na Libertadores e ponto final.
O jogo
Numa partida
marcada por falhas dos goleiros, a equipe colorada foi superior técnica e
taticamente durante boa parte da partida. Os primeiros 15 minutos foram de
sufoco para o time treinado por Roger. A equipe de Dunga, porém, mostrou velhos
defeitos conhecidos da torcida vermelha – como erros de posicionamento da
defesa e falta de triangulações no ataque, além do abalo emocional quando o
Grêmio descontou.
A falta de
ritmo de jogo foi outra característica evidente entre os jogadores colorados. A
gurizada gremista corria, mas desordenadamente, fazendo os tricolores sentirem
muita saudade da experiência de Zé Roberto e dos arremates de Elano – além de
sonhar com as arrancadas de Vargas.
A jogada do
gol do Inter veio de um contragolpe rápido, D’alessandro recebe centralizado e
abre para Forlán dar um corte no zagueiro, abrindo espaço para o chute e
marcando o gol. Naquele momento, o Inter já colecionava algumas chances para
marcar, uma delas um gol incrível perdido por Damião na frente da goleira
vazia, cabeceando para cima cruzamento de Dátolo.
O Grêmio
voltou melhor na segunda etapa, mas mais uma vez foi vencido por uma boa
abertura de jogada da equipe colorada. Fabrício invadiu a área pela esquerda e
chutou firme. A bola pediu para ser empurrada para as redes por Damião. Nem deu
tempo de comemorar, e numa falta ao lado da área, Fernando descontou, mostrando
que o jogo ainda teria alguma emoção. Não teve. A equipe gremista continuou
carecendo de entrada na área e objetividade, ainda que o Inter tenha se
encolhido por alguns minutos. Dunga, aliás, fez boa leitura do jogo retirando o
cansado Dátolo e colocando um volante com presença física, Josimar, para
controlar o final da partida.
Os times
Embora o ataque
colorado tenha assinalado os dois gols da equipe, Leandro Damião e Forlán não
dão a resposta que a torcida espera deles – nomes que já apresentaram bom
futebol num passado recente ou há mais tempo, no caso do segundo. Muriel falhou
feio, Fred vem pedindo passagem, joga em qualquer lugar e Fabrício vai se
afirmando. Gabriel se apresentou, mas ainda é um jogador longe de ter o brilho
que o destacou no Fluminense.
No Grêmio, o
jovem Jean Deretti, de quem muito os tricolores esperam, não conseguiu mostrar
grande futebol. Aliás, nas duas últimas partidas vem mostrando ser um cavador
de faltas, do tipo que se atira ao primeiro toque. O goleiro Busatto também
contribuiu no lance que originou o gol de Forlán, quando a bola passa a
centímetros de seus braços em um chute sem muita força.
O Grêmio
está na Copa Libertadores, decidiu poupar seus atletas após um jogo duro no meio
da semana com a LDU. Não desmereceu o Gre-Nal, pelo contrário. Colocou alguns
titulares e jogadores de confiança do time, como Fernando e Leo Gago, além de
esperanças como William José, para jogar. O atacante vindo do São Paulo ainda
precisa estrear com a camisa azul. O Inter segue em construção, assim como seu
estádio. É um time que por enquanto não é capaz de dar esperanças ao seu
torcedor.

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