quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Na balada, a paixão e nada


Notou como ela dança? Como seus braços se movem no ritmo da música, como ela não se importa se estão a notando? Ela não está alcoolizada como as outras na festa, está viva, curtindo a música, cantando de olhos fechados. Parece desejar esquecer o resto da semana. Ao seu redor, as luzes param, a batida da música faz com que seu corpo movimente-se mais rápido. Ela desliza o salto e você a segue com o olhar. Sente ciúmes quando um cara, outro cara, se aproxima. E ela ignora, não saiu para pegar, ela não quer só beijar e ser abandonada.
Ela é uma poesia que você não consegue entender, uma rima que não quer fazer sentido. Notou como ela não para quando a música para? Como ela mexe no cabelo e assopra o ar, como o calor a envolve? Notou o jeito que ela segura a garrafinha d’água, o jeito delicado que os dedos brincam como se fosse um microfone? Ela é uma curva perigosa e você está acelerando demais. Ela está tão segura de si e você não repara em mais nada. Você pensa em tudo que devia esquecer e se aproxima. Ela nota você e o olhar apaixonado te denuncia. Ela abraça você, e todos os problemas sumiram. 

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