
Tem que ter aquela curva, aquele desenho entre a barriga e as pernas. Não pode ser reta, não pode ser uma curva muito acentuada, ou corre-se o risco de acelerar demais. Tem que ser delineada. Aquela curva pra ficar admirando, quando ela dorme, de costas pra gente, como quem convida para um passeio até a eternidade. Aquela curva onde a marquinha do biquini por vezes aparece, onde nossa mão vai repousar, respeitosamente ou não. Tem que ter suavidade, tem que ser macia. Aquela curva é inestimável, inigualável, quase tão perfeita quanto a curva de um sorriso, mas quem se abre para ela é você. E conta promessas que talvez não vá cumprir, só porque viu ela desfilando na sua direção, roupinha branca solta, shortinho jeans curto, aquele umbigo à mostra, delicado.
A cada passo, um suspiro. Naquela curva, um delírio. Aquela curva faz a personalidade não importar, faz o amor começar ali mesmo, em uma dança, uma troca de olhares, com um romantismo raro para os dias atuais. Aquela curva é a perdição, é seu último desejo, é a morte, é veneno vestido de saia, é uma tempestade, um furacão, vai arrasar a sua vida, vai mexer com sua paixão. E você vai tentar, não vai resistir. Vai cair em tentação. Que seja feita a sua vontade. Entre naquela curva, aprecie com moderação.
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