De qualquer forma, por isso e outras coisas, concluo que sou estranho. E sei que sou estranho por perceber isso, afinal uma pessoa normal não concluiria. Sou estranho porque não nado com o cardume, não ando no estouro da manada. Às vezes, fico vendo o cardume e tentando ter interesse pelo que fazem, mas me atiro numa diversão que só eu entendo e... Poxa, pra que explicar o que ninguém vai entender. Sou de outro tempo, imagino. De quando não precisava dizer que estava bebendo pra parecer legal. De um tempo que as amizades aconteciam, não se compravam ou se arranjavam.
Sou de outro tempo, de um tempo estranho. Me criei sobre leis que aprendi a contestar quando formei um senso crítico, e revi meus conceitos a tempo de me tornar um imbecil. Hoje, sou apenas estranho, mas de vez em quando sou imbecil. Sou de um tempo em que admitíamos estar errados, e não imitávamos corruptos que sempre escondem suas ações. Sou de um tempo em que sinceridade era reconhecida, mas sem a necessidade de ser aplaudida.
Sou também ignorante porque sei que amanhã ou mais tarde, vou me arrepender do que penso hoje, como hoje me arrependi de um texto do ano passado. Das histórias do passado. Tudo coisa do passado, semana passada, horas passadas. Elas não voltam. Sou de um tempo que ninguém se arrependia por não ter como voltar no tempo, porque sabia que pedir desculpas era possível. Não sempre, mas sinceras. Não inúteis, mas honestas. Sou de outro tempo, e não tenho mais horas disponíveis para ser como antes.
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