segunda-feira, 26 de maio de 2014

Mina firmeza


A idolatrada era um nada, vazio, perdida, nem sabe ser desbocada. Quero a desarrumada, a desalinhada e desajustada. A desmedida, não a querida. A atrevida, não a massa corrida passada no rosto pra realçar a beleza que não existe por dentro. Eu não a entendo. A diferente, a envolvente, não a que se acha boa demais pra gente. A confusa, que recusa, que insiste em me fazer dar risada, não a admirada, celebrada que faz todo mundo estender um tapete. Eu não quero um enfeite. A descolada, a fora da moda, a garota da rua, não de Ipanema. Não precisa ser magra, loira, escultural nem alta ou pequena. Que tenha a pele branquinha ou morena. Tanto faz, que tenha seu mundo, e com conteúdo, saiba brigar. E brigue porque sim, porque se amar o tempo todo é ruim. A mina que engana, que finge que ama, quem se importa, é mais uma na cama de um cara qualquer. A mina parceira, a mina firmeza, pode ter certeza, é mais de verdade que muita mulher.

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