quinta-feira, 30 de julho de 2009

Amor à venda


A morena




Saiu do trabalho tarde, cansado, louco por uma cerveja e qualquer mulher que não quisesse um compromisso. Estava estressado, o semblante revelava as noites que havia passado em claro pensando do namoro que já não existia mais. Chovia muito, teve de correr até o carro. Mesmo assim se molhou, pisou numa poça de água no meio do caminho e encharcou os pés. Estava frio demais para ficar molhado. Não queria ir para casa. As ruas pareciam desenhar o rumo da casa da ex, mas não seguiu aquela rota. Forças do destino fizeram com que o telefone tocasse e ouvisse um convite.
Não pensou duas vezes e aceitou, era a primeira vez que visitaria aquele lugar tão falado onde o amor estava à venda. O preconceito que tinha pelos comentários das ruas morreu ao se aproximar daquela casa, escondida sob árvores e guardada por dois seguranças na porta. O amigo que havia o convidado apareceu assim que estacionou seu carro. Desta vez, nem fez questão de correr da chuva, queria se molhar mesmo. Cumprimentou o amigo, perguntou como era o ambiente e foi arrastado para dentro.
A escuridão misturada com um jogo de luzes e a música em altíssimo volume não o agradou no início. Em alguns segundos foi se acostumando, ainda mais quando começou a perceber que estava cercado de belas mulheres com poucas roupas. Já não sabia mais para onde olhar, aos poucos o lugar ia o hipnotizando. No bar, muitos conhecidos o cumprimentaram, personagens que jamais imaginara que frequentassem aquele lugar. Era uma surpresa atrás da outra. Pediu uma cerveja e foi atendido pela garçonete mais linda que havia visto na vida e com o uniforme mais interessante: somente de lingerie. Já não queria mais sair do bar por causa de uma morena de pernas grossas que chegara ao seu lado. Pagou uma bebida para a moça e quando percebeu também estava bebendo o mesmo uísque que ela. Não precisou pagar por amor àquela noite. Seu olhar apaixonado, como um rapaz curioso, atraiu aquela jovem, que tinha tenros 20 aninhos. Ganhou amor de graça, enquanto o amigo pagava por prazer em dobro.
Retornou para casa com o bolso cheio, do mesmo jeito que havia saído, mas com a cabeça vazia.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A política como ela é



A política como ela é


Passa um tempo e o pessoal logo se decepciona e reclama da política. Nada mais natural, afinal são eles a quem nos resta recorrer quando nossa cidade está uma porcaria e o dinheiro dos nossos impostos é aplicado para pagar o salário de um CC primo de um financiador da campanha. Só que a compreensão do povo com relação à política é muito vazia, o que não tira seu direito de reclamar depois da eleição. Aliás, se a reclamação existisse de forma organizada, talvez (só talvez) as coisas poderiam ser diferentes. Quem sabe?

Por exemplo, é inútil acreditar nas promessas que foram feitas durante a campanha porque simplesmente elas só servem para vencer o pleito. Uma boa promessa é metade do percurso, 50% dos votos garantidos. O manual da política explica isso, na terceira página, logo abaixo das técnicas de compra de votos e formas de enganar a população nos quatro anos de mandato. Mas, há um alento. Por mais absurda que seja uma promessa, de repente ela até pode ser cumprida se o cavalo encilhado ficar paradinho na frente do gestor público. Nem vou personalizar minha decepção com o Governo Sérgio Ghignatti, de onde esperava mais, bem mais... Isso como cidadão, esqueça o repórter, prezado leitor.

Os cidadãos precisam ter consciência de uma vez por todas da necessidade de se exigir melhorias, de exigir obras, não importa se todo mundo for um bando de ladrão, ou se eles são todos iguais, ou se dizem que não há recursos. Cidadania é exigir, cobrar, participar! Acredite, leitor, existe esperança no fim do túnel. Existem políticos honestos, ainda que o Google não os encontre, eles estão por aí! E não estão evitando criticar as administrações só porque fazem parte da base governista, como acontece nessas cidadezinhas de interior com vereadores sem coragem de criticar seus líderes.

Ninguém é obrigado a aturar esses discursos fajutos que reclamam de burocracia ou falta de recursos para fazer as obras. Tem tanta coisa básica que poderia ser feita sem dinheiro, mas o pessoal prefere ficar aparecendo em festinha de escolha do presidente do grupo de amigos da casa da mãe Joana. Quem não aceita críticas não cresce, não faz nada, só emburrece num canto e se omite de tomar decisões. Melhor do que rebater uma crítica com raiva é agir e sepultar a cobrança. A política não vai mudar, não tem reforma que chegue a tempo para alterar o caráter de alguns líderes (claro que estou reclamando do Sarney!). O que tem que mudar é a compreensão da população, que não percebe a política como ela é e se omite.


terça-feira, 21 de julho de 2009

A foto e a história


A foto e a história

Na hora em que cliquei no botão da câmera para fotografar, sequer notei o olhar desse gurizinho. Era um domingo, percebi a atividade promovida para as classes pobres da cidade por acaso enquanto me dirigia para cobrir um evento religioso que acontecia na cidade. Depois, ao passar as imagens para o computador, percebi que esta foto tinha mais a revelar e poderia, por que não, até merecer uma bela história. Fictícia, claro, sequer sei o nome do menino. No contexto em que a foto foi tirada, eu lembro que aquele olhar mirava uma bola, como os olhares de muitos guris se perdem e sonham na infância, adolescência e até mesmo depois de velhos. Seguir o caminho que uma bola de futebol faz é uma paixão internacional, talvez a maior de todas. Naquele momento, tratava-se de uma bola de basquete, que havia sido arremessada à cesta... O guri, ali, assistia o ponto do seu time.
Mas talvez aquele guri nem prestasse atenção ao jogo de basquete promovido naquela quadra com mínimas condições de estrutura para a prática de esportes. Acho que ele mirava o horizonte e pensava na família, talvez lembrando das dificuldades que a mãe tinha para criar os irmãos com a falta de comida ou talvez na falta de sorte do pai em arranjar um emprego. Mas vendo sua mão colocada no peito, acredito que ele estava alimentando a esperança de um futuro melhor, com uma ingenuidade típica das crianças.
Queria ter usado esta foto em outro lugar, talvez em um concurso de fotografia, realmente achei que ela tinha uma mensagem a ser compartilhada. Os outros não enxergaram o mesmo que eu, talvez por estarem cegos ou porque já não tem mais no olhar aquela esperança que dá para perceber claramente no semblante deste jovem jogador de basquete, que mirava a bola, só ela e a quadra interessavam. Ver a foto era como se não houvesse atos secretos, ou Sarneys, ou CPIs, esquecia de tudo. Ver a foto foi como acreditar em promessas, esperar um futuro sem escândalos, sem montanhas de recursos públicos manchados com sangue, sujeira, desviados de seu lugar de direito. Como aquele guri, que só olhava a bola, eu só olhei a foto e por alguns instantes esqueci de tudo isso. Pena que durou menos que uma cesta...

domingo, 19 de julho de 2009

Síndrome da rebeldia

Só o que eu sei é escrever e até mesmo isso o faço com dificuldades e sendo merecedor de críticas. Não posso, de forma alguma, mudar a minha personalidade, a sua essência não se perderá com o passar dos anos – ao contrário do que pensam os mais experientes. Claro, como o barro, também posso ser moldado, transformado, melhorado, aprimorado, mas nunca deixarei de ser barro. Isso é difícil de entender e mais ainda de se aceitar. Ainda que por fora, pareça uma bela estátua, pintado e desenhado com traços detalhados, por dentro, continuarei barro.
Agora mesmo só estou escrevendo porque voltou aquela velha síndrome da rebeldia, aquela vontade de reclamar de tudo que estão fazendo com a cidade, com o estado e com o país. Nesse momento é difícil avaliar com clareza, com a indignação na cabeça, se é a mídia que resolveu bombardear os governos de graça ou se realmente nossos políticos são estes sem vergonhas, ladrões, que a tevê e os jornais nos pintam diariamente. Estou com medo de que em todos os lugares seja do mesmo jeito, parece um choque de realidade e um fim de esperança. Onde meus olhos não enxergam também não posso opinar, mas aqui, nesse mundinho cercado por egoísmo, pompas, charlatanismo e promessas jogadas ao vento, já firmei um senso crítico.
A minha opinião só a mim interessa e só a mim diz respeito. A minha forma de avaliar as ações do resto do mundo é a minha essência, é o barro. Isso não vai mudar, ainda que concorde com outras formas de pensamento. O barro não muda, ele se molda, resiste ao tempo, vira até tijolo e se une a outros para abrigar os povos. Mas será sempre barro. O que posso fazer é escrever, da minha forma, incomodando e propondo. Se serei lama ou uma bela estátua, o prejuízo terá sido – também – só meu.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O umbiguinho de fora


O umbiguinho de fora


Tem muitas coisas que as meninas fazem que simplesmente deixam nós, homens, malucos. Claro, é muito fácil deixar um cara doido, basta usar umas roupinhas mais apertadas ou decotadas. Nos anos 2000 um umbiguinho de fora equivale na sensação proporcionada para a rapaziada à canelinha de fora dos anos 20, revelada na dança do charleston, ou então com o joelhinho revelado anos mais tarde. Não é a toa que a cruzada de pernas da Sharon Stone repercute até hoje. As mulheres sabem usar e abusar de sua sensualidade para conquistar (e enlouquecer) os caras.

É impossível ficar indiferente quando as meninas desfilam pelas ruas, até mesmo nesse frio gaúcho tão rigoroso, com o umbiguinho de fora. Isso é um verdadeiro crime contra a sanidade mental masculina e contra o próprio corpinho delas. Dá até pena só de ver aquele pedacinho de pele de fora pegando vento, tão desprotegido, tão provocante, excitante.
Se elas soubessem quanta coisa os marmanjos ficam pensando ao ver suas barrigas lisinhas à mostra, jamais fariam algo assim.

Mas acredito que na verdade elas saibam exatamente o que passa na cabeça da gente e por isso mesmo é que ostentam aquela maravilha assim à luz do dia, refletindo o sol. O problema é que deixar o umbigo à mostra não é uma tática que todas possam utilizar, as gordinhas que me perdoem – como diria o Vinícius de Moraes: “beleza é fundamental”. Tem muito umbigo feio por aí que nem aqueles piercings atravessados ajudam. Aliás, esse adorno, quando fica ali penduradinho tem um efeito hipnótico. Já vi cara lamber os pés de mulher por causa daquele metalzinho estrategicamente posicionado.

Ainda bem que elas tomam essas iniciativas para nos alegrar, para tornar nosso dia menos chato, menos sem sentido. Às vezes, o cara está numa correria desgraçada no meio do trabalho fazendo cobranças na rua, estressado, preocupado, lembrando das contas. E aí, aparece uma deusa, uma Shakira da vida, com umbiguinho à mostra. Suficiente para acabar com o cinza do céu.


terça-feira, 7 de julho de 2009

Imunidade emocional

Mais uma historinha de amor...

Ele ainda estava abalado com o fim do relacionamento, que durou exatamente três anos, 47 dias e as primeiras nove horas daquele sábado. Foi por isso que mal sabia o que fazer depois daquela briga em que falaram palavras que nada tinham a ver com o que realmente sentiam, machucando tanto quanto aqueles olhar que passavam uma sensação de fim de um amor que parecia eterno.
Caco, sentado sobre a cama ainda revirada pela noite de amor, refletia sobre o futuro e lhe perpassava o pensamento uma indagação que ia consumindo seu coração.

Mais uma vez, ela o deixava após uma cena de ciúmes totalmente desnecessária e o obrigava a dizer que não existia mais amor em seu peito. Estupidamente, ele assumira. Simplesmente porque não conseguia mais ser forte em meio à discussão. Demonstrou fraqueza e não sabia como recuperar-se. Pensava em ligar, mas o orgulho não deixava. Matutava que não poderia mais uma vez ser ele a correr atrás, sem nem ao menos lembrar que na noite passada havia dado motivos para o ciúme de Paula se manifestar ao aceitar uma dança com uma ex...


Paula retornava para casa com os cabelos por arrumar, saiu tão apressadamente da casa de Caco que até esqueceu de pegar metade de suas sacolas, que sempre levava junto para passar o final de semana na casa do amado. Em seu íntimo, se culpava por ter provocado a briga por uma cena que sabia ser incapaz de destruir a paixão que existia no namoro. Mas sua imunidade emocional andava tão abalada nos últimos dias que não conseguia segurar as críticas e nem olhar nos olhos de Caco para ver a realidade. Provas, trabalho e falta de diálogo, tudo contribuiu para que o coração dela fosse se apequenando e cada vez mais parecia que Caco não a entendia...

Prometeu que não ligaria para ele, mas não suportaria muito tempo, sabia que não conseguiria chegar à sua casa e ver as velhas fotos, que mostravam a felicidade de outrora, ou achar os presentes e recadinhos que ele costumava deixar para ela. Resolveu parar em meio ao caminho, justamente na rua do primeiro beijo. Seu telefone tocou, pensou ser Caco. Uma notícia triste lhe assombrou o espírito. Caco havia saído de casa correndo para encontrá-la e fora atropelado. Desesperada, Paula corre para apanhar um táxi e ao chegar à emergência encontra Caco, seu corpo coberto de sangue, uma perna quebrada e as mãos machucadas com um pequeno papel que não queria soltar de jeito nenhum Paula se aproximou e o papel caiu das suas mãos, era uma foto deles onde comemoravam seu primeiro ano de amor em um jantar à luz de velas. Lágrimas nos olhos de Caco e poucas palavras antes de entrar para a sala de cirurgia. “Paulinha, eu nunca deixei de te amar”.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Comentários relevantes

Economia

Quem me refrescou a memória foi um “desafeto” do Governo Marlon Santos, comentando sobre a crise financeira agora encarada na Prefeitura. Lembra o economista, que preservo o nome, que a solução encontrada pelo ex-prefeito para diminuir dívidas era o funcionamento do Município em turno único. O problema, na minha visão, é que jamais foi calculado exatamente quanto de economia este sistema gerava aos cofres públicos.

Raiva

Aliás, o mesmo economista me confessou suas amarguras como cidadão. Ele está decepcionado com a política, mais basicamente com a forma de se fazer política. Aliás, até que ele demorou a se decepcionar, pois já passou dos 30 há alguns anos. Ele está com raiva basicamente da forma como as máquinas públicas precisam ser preenchidas, com incompetência, para garantir a governabilidade sem naufragar politicamente. Infelizmente, é assim. Mas não custa nada aos detentores de cargos serem ainda mais autoritários e colocarem profissionais realmente pró-ativos no serviço público.

Sonho

Isto, claro, é apenas um sonho, um idealismo distante. Talvez se cada função nevrálgica das administrações fosse preenchida com cidadãos realmente engajados em fazer o melhor a coisa iria para a frente. O problema é que os cidadãos estão engajados simplesmente em uma boquinha... E mesmo que não estejam, após um ano ou dois, acabam perdendo aquela gana de fazer as coisas melhorarem.

Diferença

Deve ser por isso que a profissão de jornalista me encanta profundamente. Porque não me abato, sigo constantemente nos últimos tempos com essa vontade maluca de tentar fazer as coisas darem certo. Detentores de cargos mais altos dizem que isso é fruto da minha juventude, mas até ela está determinada a provar que não é bem assim. Essa vontade de fazer o certo vai continuar, garanto!

Pedradas

Falta de sintonia
Quem acompanha diariamente a rotina da Prefeitura, conclui que o secretariado de Sérgio Ghignatti não vive às mil maravilhas. Alguns deles não se entendem e não concordam com procedimentos alheios. Os que estão aparecendo mais na mídia acabam causando a inveja de outros, que são acusados nos bastidores de atrasar burocracias que poderiam levar os trabalhos do Governo à frente. É por isso que as reuniões do secretariado, no início da semana, servem ainda para lavar a roupa suja, sob a mediação de GG.

Inferno dos CCs
1. Ainda no início do governo, o prefeito Sérgio Ghignatti avisou que a Prefeitura teria dificuldades financeiras para cumprir suas obrigações a partir de agosto. Naquele momento alguns CCs e FGs colocaram as barbas de molho, mas a maioria dos cargos de confiança não deu muita importância para o recado. Agora, quando até alguns secretários pregam a demissão, a aflição toma conta dos apadrinhados. Mesmo que uns e outros ainda dêem risada, muitos já estão se escondendo ou trabalhando como se fosse o último dia.
2. GG tenta tranquilizar os companheiros, mas já se prepara para cortar alguns nomes. Pelo manual da política, sabe-se que as demissões não funcionam como economia. Apenas provocam o enfraquecimento político e das coligações. Para evitar o pânico, o prefeito repete o discurso de outros prefeitos em crises semelhantes: os servidores são a alma da administração. Ao mesmo tempo, contribuintes reclamam de alguma operação tartaruga que esteja acontecendo na Prefeitura. Atitudes como deixar o cidadão esperando ou transferi-lo de setor inúmeras vezes detonam com a credibilidade do governo.

Perguntinha
Pode o prefeito Sérgio Ghignatti desconhecer que seus secretários não informaram à Câmara Municipal a lista de CCs, FGs e RPAs que a oposição vem implorando?

Placar
Governo GG está de bem com Ministério Público, mas peca na relação com a Câmara Municipal. Empate de 1 a 1.

Imprensa
O prefeito Sérgio Ghignatti tem de dar mais atenção a seu setor de imprensa, aproveitando melhor a boa vontade dos profissionais contratados, lançando mão de um plano de marketing e de prestação de contas de sua administração. GG tem de acelerar a política de divulgação das ações da Prefeitura. É para isso que existe um setor de imprensa, essencial para municiar a mídia a favor do governo e criar uma boa relação do prefeito com a comunidade. O radialista Eliseu Machado conduziu bem a campanha eleitoral na televisão e pode ser o homem capaz de acelerar este trabalho.

Textos originais de Vinícius Severo, editado por José Ricardo Gaspar do Nascimento para o Jornal do Povo.

O sonho do padeirinho

Em primeiro lugar, é preciso elogiar a iniciativa corajosa do professor Jorge Rocha Bueno de fortalecer, ou por que não, ressuscitar o turismo em Cachoeira do Sul. Os planos entusiasmantes do padeirinho causaram uma série de sentimentos em um momento inicial na comunidade cachoeirense, desde o ceticismo até a esperança, principalmente pela ousadia da proposta de atrais milhares de turistas, mas também pela empolgação do empreendedor visionário.
Neste contexto, o primeiro passo a ser dado é prestar atenção a fatos concretos: Cachoeira, nos últimos anos, nunca viu o turismo como uma área de potencial desenvolvimento, nem mesmo houve investimentos neste setor nas duas últimas décadas. Claro que o município possui eventos de porte, como a Fenarroz, mas que há anos vem perdendo seu caráter turístico e de festa comunitária para uma grande feira de negócios. Os demais eventos aqui produzidos recebem tantos turistas quanto uma partida de futebol entre o Cachoeira e o São José.
Superada esta breve análise, uma interpretação direta prevê que o padeirinho terá dificuldade para atingir seu objetivo que, logicamente, é nobre e merecedor de aplausos, afinal o professor não precisaria estar se envolvendo nesta missão. O sonho do padeirinho ainda não saiu do forno, mas seu recheio pode ser o diferencial para tornar Cachoeira do Sul atrativa para turistas da região e até de fora do estado. E poucos estão acreditando hoje no sonho, porém se ele der certo todos vão querer tirar um pedacinho e aproveitar. Ou seja, os reflexos positivos serão inúmeros, pois haverá movimento no comércio e consequente incremento da economia, geração de oportunidades de emprego e o aumento da autoestima da população. Há muito tempo Cachoeira não possui um canal que lhe dê visibilidade como este trabalho que está sendo desenvolvido a partir da internet no www.visitecachoeira.com.br.
Portanto, há razões para acreditar neste sonho, e boas razões. Só que acreditar apenas já não basta, é preciso envolvimento e participação comunitária de todos os segmentos. O professor Jorge Rocha Bueno vai precisar da ajuda da comunidade. E esse apoio vai passar também por uma reviravolta cultural na vida e rotina dos cachoeirenses. Tudo bem, mas como ajudar? Simples, comece com um sorriso para cada novo visitante que chegar a nossa cidade. E se algum dia deixar Cachoeira ou estiver conversando com amigos de outras regiões, diga apenas: “visite Cachoeira”.