quarta-feira, 28 de abril de 2010

Fora da roda social

Não sou popular, em nenhum momento do meu um quarto de século de vida isso aconteceu. No jardim de infância, era o tímido e na escola passei a bagunceiro. Hoje, atuo aqui e nos bastidores das decisões mais importantes e vergonhosas que são tomadas nos cantos do poder em Cachoeira do Sul, a cidade que eu amo (ame você também!). Gosto de me sentir uma personalidade rejeitada e só por isso não faço questão de ser simpático com a nata da sociedade. Até porque sou muito cético quanto à atuação desse pessoal pseudoimportante no crescimento do nosso espaço comum.

Esta semana, me senti importante de verdade porque intermediei – dentro das minhas possibilidades – uma grande conquista para esse município. Não pensei duas vezes antes de repassar uma informação valiosa para que a cidade pudesse ser beneficiada com obras de envergadura. Aliás, o maior investimento que será feito na cidade no atual governo. Ainda assim, não quero reconhecimento. Até fazendo jus ao nome deste blog, prefiro continuar atuando assim nos bastidores da realidade. É até uma espécie de lobby, mas do bem. Fazer isso é quase o mesmo que dar um presente a uma criança carente, doar roupas no inverno, essas coisas. Faz bem. A nata só faz festa para conseguir esse tipo de coisa e enche a cara, enquanto os credores batem à sua porta todos os dias. Não quero uma vida de fachada, não quero ser parte da roda social, que gira em torno do umbigo de cada um.


E estranhamente atuar como editor do Formigão, escrevendo matérias para os jovens, me fez pela primeira vez ser pop – ou quase isso. E ainda que eu não aceite e nem queira me tornar referência para ninguém, até pela complexidade das minhas ideias e da minha personalidade, eu sinto que posso fazer pela galera, por essa juventude que por muitos é desacreditada, aquilo que gostaria que tivesse sido feito por mim. Por isso, não posso integrar a alta sociedade, porque acredito sinceramente que escrevendo matérias que causem divergência, que façam essa molecada opinar e se posicionar, eles podem finalmente ser a mudança que sempre se esperou deles. É por isso que tento filtrar alguns assuntos e dar importância a outros de mais importância. Se eu fosse da alta sociedade, escreveria um monte de futilidade apenas para agradar. Mas eu sei que escritores precisam desacomodar, não colorir o mundo com mentiras que rendem dinheiro.

2 comentários:

badek disse...

nouuussa!
isso sim que eh um crítica fundamentada, digamos que um tapa de luva.

ja tens um admirador do seu trabalho Vinicius Severo.

Unknown disse...

Bom ter suas opiniões e comentários por aqui, amigo de sempre.