domingo, 26 de dezembro de 2010

Natal inesquecível e a utopia futura

Ainda na adolescência aprendi a dividir as coisas e talvez isso seja a reflexão principal deste post, além de relembrar uma data marcante. Durante a juventude, as datas de final de ano eram complicadas. Era um processo de escolha: Natal com o pai, Ano-novo com a turma da mãe e férias com a galera na praia.

Há alguns anos, ouvi de um homem simples que quem perde sempre lembra, e quem ganha acaba esquecendo. Isso faz bastante sentido principalmente pela noite de Noel com meu coroa ter acontecido dentro de um quarto de hospital, um ano antes de ele subir aos céus. Devido à doença, meu pai não falava, nem movia o lado direito do corpo. Os médicos queriam que eu acreditasse que ele não compreendia a realidade também.

No entanto, na noite de Natal, eu me agarrei a ele e chorei, pensando em todos nossos momentos passados e imaginando um futuro melhor. Naquele instante, o velho passou a mão na minha cabeça e me olhou com o mesmo amor de tantas outras vezes. Aquele dia se tornou inesquecível porque a partir dali o Natal ganhou uma magia que vai muito além da mentira que é a existência do Noel.

A verdade é que o sofrimento dessa perda, a maior da minha vida, me tornou uma pessoa absolutamente diferente, que acredita e busca coisas maiores e que abandonou pequenos desejos pessoais. E o aprendizado e crescimento de uma coisa dessas nos dá uma percepção da vida nunca antes pensada. Nosso mundo virou um egoísmo incrível, porque nem derramamos lágrimas com nossos parentes mais, é tudo uma formalidade, um abraço forçado e uma espécie de obrigação de ser simpático. Isso não tem nada a ver com o Natal ou com o que aprendemos sobre Jesus, o homem que morreu para nos salvar.

Para quem não sabe, a economia só existe porque somos individualistas, porque todos querem ter tudo para si. E assim, muitos continuam tendo pouco e pouquíssimos conseguem ter bastante. Minha utopia é a divisão, ou pelo menos uma distribuição mais equilibrada das riquezas. Mas é apenas uma utopia, porque não posso estragar um texto natalino falando de política. Se Jesus estivesse vivo e vendo o auto-aumento que nosso governantes acabaram de garantir como presente natalino, alguém duvida que ele diria "Pai, pedoai-os, eles não sabem o que fazem"?


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Tipos de mulheres e dúvidas eternas

Era domingo à tardinha, passava um jogo de futebol no boteco. Homens reunidos, fumaça de cigarro, frango assado na prateleira, moscas por todos os cantos. Propagandas de cerveja por todos os lados com corpos de beldades estampados para fazer as loiras venderem mais. Na verdade, os pedidos só aumentavam quando o time dos ébrios marcava um gol. O pior era aquele senhor de radinho de pilha no ouvido, que gritava “gol” cerca de um minuto antes de a televisão mostrar, acabando com a expectativa do pessoal.

Ao meu lado, um senhor elegante vestindo uma camiseta branca, com a frase “I love beer” (eu amo cerveja). Era uma lembrança de Nova Iorque, disse o velho. Depois de racharmos a oitava, ou décima, garrafa de cerveja, o velho disse que iria me falar sobre os tipos de mulheres. “Espera o intervalo. Não se mistura mulher com futebol”, disse ele, inclinando o copo para não fazer espuma na ceva. Nosso time marcou o terceiro gol, praticamente garantindo uma vitória que garantia avançar uma fase no torneio.

Aproveitei o gol para ir ao banheiro e aliviar a pressão que as cervejas provocavam. Quando rompi a porta no retorno, o jogo já estava no intervalo e o velho ergueu a mão para me chamar. Ofereceu um cigarro, recusei e prestei atenção no que ele iria falar. Foi mais ou menos assim: “sabe, guri. Eu já tive muita mulher na minha vida, e nunca enjoei. Porque existem muitos tipos de mulher. Sempre gostei mais das safadas, das que sabem te dar carinho e rezam para te proporcionar 15 minutos de prazer. Aquela ali na rua, passando. Tá vendo?! Aquela é uma safada. Olha o jeito que ela rebola e como mexe no cabelo para desconcertar quem está por perto. Viu só?!”.

“De todos os tipos, as mais difíceis de lidar são as que nos apaixonamos. Não sei você, guri, mas eu jamais me encantei por uma mulher que não tivesse curvas. Mulher feia é como macaco gordo, só serve para quebrar galho. Ou como pantufa, guardada escondida dentro de casa”, disse o homem, antes de eu levantar para buscar outra cerveja.

“Mulher boa é do tipo independente, do tipo forte. Não essas que acham que tem ouro no meio das pernas. Nem nas zonas mais caras, a diferença do quilo da carne de buceta é muito grande. Verdade, não ria, garoto”, falou. “O melhor tipo de mulher é a que te entende e não inferniza seus dias, é a mulher tranquila, mas que vira uma louca se não puder ficar com você. Porque essa é a mulher que te ama, esse é o tipo de mulher pra vida toda. A que se acha gostosa, só vale para uma foda, e nada mais. No máximo uma segunda rapidinha”. Foi aí que apareceu uma garota no boteco e pegou o fim da conversa. Ela perguntou de forma seca: “mas o senhor aí que acha que sabe tudo, me responde uma coisa. Por que homem que pega todas, como o senhor, parecem heróis, e mulher que fica com todos homens é considerada puta?”

O homem largou o cigarro no cinzeiro, apagando a pequena chama e tomou mais um gole de cerveja. Pegou na mão da garota e olhou no fundo dos olhos dela, antes de dizer. “Minha querida, uma chave que abre várias portas é uma chave-mestra. Uma porta que se abre para qualquer chave não serve para nada”. A garota ensaiou uma reação, mas não disse nada. Para completar, o velho encerrou. “Mas este garoto aqui não concorda com nada do que eu digo e estava falando que achou seus olhos lindos. Aliás, ele tinha razão, vou pagar a aposta”. A jovem me olhou admirada e surpresa. Me deixou seu telefone. Depois que ela saiu o velho disse apenas: “essa vale apenas uma foda, foi muito fácil”.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Testamento prévio

Deixo este post para meus amigos e para pessoas que nem conheço que perdem seus tempos embaralhando suas mentes com essas palavras. Deixo estas palavras como prova do meu reconhecimento à ajuda que vocês me deram disposição por todo o tempo em que estive aqui escrevendo, tendo nesta atividade uma motivação para seguir deixando meus problemas de lado.

Deixo meus pensamentos presos entre as palavras deste artigo obscuro, porque nem tudo que sentimos pode ser solto no mundo. Mantenho estes pensamentos presos em uma jaula, tal qual um pássaro que jamais viu a liberdade. Deixo este parágrafo sem nenhum sentido apenas para que vocês continuem lendo.

Deixo minha esperança para os mais jovens, que talvez sejam mais capazes de lutar do que eu fui. Deixo minha impetuosidade escondida para quem tiver coragem de procurar e tiver capacidade de usá-la para mudar o mundo, como um dia eu sonhei ser possível. Deixo minha revolta com a política para todos que venderam seus votos e reafirmo: o mundo é um fracasso porque vocês são uma vergonha. Deixo minha educação de lado para cada cidadão que abriu mão do seu direito de votar com consciência e preferiu ganhar um rancho.

Deixo minha maior arma, o amor, para as pessoas queridas que me estenderam seus braços e me envolveram em um abraço quando as lágrimas desciam como água de um riacho. Para meus amigos, deixo autorizada a compra de cervejas nos bares em que nos encontrávamos para falar de mulheres e de futebol e deixo a bola para aquele garoto que jamais era chamado para jogar no time. Deixo minhas desculpas se incomodei alguém por falar o que pensava, deixo este espaço atualizado por alguns dias, porque ninguém deixou ainda prenderem nossa liberdade de expressão. E para encerrar, deixo um muito obrigado a quem leu esta insensatez até o final e um recado para quem refletiu ao longo dessas palavras achando que eu cometeria suicídio.

Deixo aos meus amigos uma confissão, minha vida só é plena porque vocês estão presentes nela. Deixo aos inimigos o aviso de que cada tentativa de me derrubar me deixa mais forte, continuem tentando porque eu não vou deixar de lutar pelos direitos que nossos antepassados conquistaram. Se alguns precisaram deixar suas armas ensangüentadas em campos de batalha, hoje o que faço é deixar o teclado quieto sobre a mesa para ser usado novamente em um próximo encontro.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Pais antenados x coroas atrasados

Enquanto os adolescentes baixam músicas pela internet para ouvir em seus celulares cada vez menores, seus pais se divertem ouvindo canções do Roberto Carlos ainda em LP naquela velha vitrola empoeirada. Até bem pouco tempo, as discussões de gênero questionavam a possibilidade de homens e mulheres serem de planetas diferentes, elas de Vênus, eles de Marte. Hoje, com um mundo inteiro e toda a informação a um clique de distância, os pais parecem estar presos em um planeta distante da realidade da gurizada – criando uma nova discussão global sobre a relação pais e filhos.

Apesar da radical mudança imposta pelos ideais revolucionários da geração X em relação a seus antepassados, não há comparação com a mudança de ritmo, que estes atuais quarentões e cinquentões estão tendo de empregar para acompanhar seus filhos. A geração Y, totalmente digital, nem sabe o que foi o analógico, e devido à velocidade intensa das informações que a cerca, faz seus pais correrem, ou melhor, voarem, para estarem por dentro do seu mundo e compreender seu ritmo de pensamento.

Trata-se de uma tarefa hercúlea, no mínimo, estar atento ao que os filhotes estão fazendo. Já passou o tempo em que os pais conseguiam controlar os locais que seus rebentos frequentavam e suas companhias. E assim, emitir aqueles alertas de que não queriam que andassem com o fulano, porque ele usa drogas, ou com aquela menina que já está transando. Como são os pais modernos e até que ponto eles podem “controlar” o que seus filhos fazem?

A verdade é que hoje há também um seleto grupo de coroas antenados, eles aderiram ao Twitter, Orkut e Facebook, não se contentam com qualquer celular, detestam as músicas do século passado e buscam também um visual que os aproxime dos jovens. É a alternativa que faz alguns pais transmitirem confiança aos seus filhos, mostrando que eles podem ter não só uma relação de responsabilidade e hierarquia, como também ser amigos e confidentes.

Pais legais não tiram o computador de seu filho como castigo, mas sentam ao seu lado na frente da internet e acompanham o que eles estão fazendo. É uma forma moderna de dar atenção, sem repressão, de estar atento sem agir como um ditador implacável. Se antes pais e filhos não sentavam à mesa para conversar devido à rotina apertada de trabalho e estudos, hoje eles possuem o MSN até para organizar as tarefas do dia-a-dia. Pais modernos sabem a importância do diálogo e compreendem a necessidade de informar ao invés de proibir.

Atenção: texto escrito por Thaiana Ardenghi e Vinícius Severo

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O encaixe perfeito

O beijo é o momento mais sublime do amor, nele se consagra e se expressa um sentimento muitas vezes escondido a sete chaves. O amor é o irmão mais velho da paixão e o beijo a decisão de viver esse sentimento. Beijar não se ensina, mas se aprende. Beijar não é como andar de bicicleta, mas alguns beijos você jamais vai esquecer.
Existe o beijo roubado, que só pelo prazer do pecado tem gosto dobrado. Tem ainda o beijo escondido, longe dos holofotes, longe de todo mundo porque na verdade esse beijo é proibido. E tem o beijo de namorados, o beijo acostumado, mas sempre renovado pelo carinho e pela vontade de continuar juntos.
Pelo beijo você é capaz de diferenciar o que é amor de verdade do que é fogo de palha. Você fecha os olhos, como quem se atira de um prédio sem se importar se vai cair. Fechar os olhos é um ato de amor, de entrega, de fidelidade. Depois disso, tudo dependerá daquele encaixe perfeito, das mãos acariciando o pescoço e do olhar após esses segundos mágicos. O olhar fixo, olhar apaixonado, o olhar sincero, olhar de quem não tem absolutamente mais nada em mente além da vontade de dar mais um beijo.
Os lábios macios, as mordiscadas de leve, os elogios, o encantamento, uma mistura de sentimentos inicialmente indecifráveis, incomparáveis. O beijo é o começo de tudo, até porque jamais um casal diz “eu te amo” sem antes ter entrelaçado seus lábios. E se for para beijar, que seja com amor...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Formigão 2010 game over

Não, o Formigão não acabou. Eu que pensei que o título assim ia dar uma assustada em vocês. De qualquer forma, o ano de 2010 para o Formigão chegou ao fim e embora eu seja suspeito para falar, acho que foi em grande estilo. Temos reportagens bem variadas. Eu vou tentar explicar rapidamente como nasceu o Formigão: a ideia básica era aumentar a leitura entre a gurizada. Entrei nessa empreitada me sentindo capaz de fazer isso, e aqui não vou usar de nenhuma falsa modéstia. Talvez por ter ainda a juventude presente na minha vida seja mais fácil falar da galera. Enfim...

A ideia para 2011 é massificar a participação do Formigão na vida da galera. Queremos atingir a alma dos leitores, fazê-los participar mais. Então, posso antecipar que o Formigão vai começar a entrar mais nas escolas. É isso aí, me aguardem, gurizada, essa vai ser uma forma de ampliar o leque para que cada vez mais vocês se vejam no único jornal teen da cidade.

Então, voltando ao ano de 2010 que está louco para acabar. O Formigão de dezembro circula na próxima segunda-feira. Um dos assuntos centrais aborda a dificuldade que a gurizada tem de falar sobre sexo com os pais. Pessoalmente, nunca falei disso com meus coroas, fora o fato do meu velho ter me levado à zona uma vez. Deixa essa história para lá.

Além disso, tem uma matéria bem maneira sobre as escolas particulares de Cachoeira e a estrutura de ensino que elas oferecem. Quem ainda não se matriculou vai ter uma base para se decidir. Outra reportagem que ficou bem fera é sobre os blogueiros da cidade, que assim como eu escrevem no imenso mundo virtual, e também sobre os riscos que existem na internet, vírus, roubos de senha essas coisas. O tema principal é surpresa, vou deixar vocês bem curiosos. E nem adianta perguntar quem vai ser a Lindinha ou o Gatinho. Esperem! Abraços.