segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Bora voar, Wendy

Foi o nome Wendy que provocou tudo isso. O nome dela, embora eu não saiba afinal quem ela é... A sonoridade desse nome me fez lembrar aquela história do Peter Pan, e de como ela pode estar relacionada com a vida que levo. Não gosto de falar histórias pessoais, isso é como insistir para ser convidado a ir a uma festa, ainda que seja completamente diferente. De qualquer forma, parece uma apelação, entendam. Wendy, eu li seu nome. 
Nunca li a história original de Peter Pan, somente a que foi adaptada aos cinemas e certamente não deve chegar nem perto da qualidade do trabalho do escritor, mas admito que isso é preconceituoso. Pan não envelhecia vivendo na Terra do Nunca, e estava envolvido em aventuras de todos os tipos, todas mágicas, fantásticas. É mais ou menos isso que o jornalismo faz comigo de vez em quando. Apesar dos (puxa vida) 29 anos, me sinto ainda adolescente, acho que ainda penso como um garoto na maior parte do tempo, inclusive nalgumas utopias aí que é melhor deixar quieto pra não parecer bobo.
A minha Terra do Nunca é o ambiente de redação de jornal. É algo que amo tanto que já deixei de lado propostas para atuar em outros segmentos com remuneração mais interessante. É que na redação fico mais novo a cada dia. A rotina de estar sempre informado, inconformado também, é uma fonte da juventude. Depois que experimentei, não consigo mudar. Talvez isso explique a imaturidade para algumas situações. 
Não descobri nada sobre Wendy, que seria a companheira de aventuras de Peter, algumas vezes até esquecida completamente por ele. Peter não deveria ser apaixonado por Wendy, por mais que os dois nomes constem no original do livro de JM Barrie. Na real, só Peter Pan ficou famoso ao que parece. Também confesso que preferi não pesquisar muito sobre ela. Prefiro pensar que Wendy é uma projeção do que desejo para a vida, alguém que me provoque sorrisos e que me faça manter a vontade de ser eternamente jovem. Uma garota capaz de extrair de mim as coisas boas da juventude, como a curiosidade e aquelas paixões infantis... E quem sabe se aventurar e poder voar seja no pensamento, com Wendy do lado. 

E um agradecimento a Karine Naue, que colocou o nome Wendy no meu caminho e me fez escrever isso aqui. Muitas aventuras e que tu não envelheça jamais. 

sábado, 28 de setembro de 2013

Relacionamento sério

Falar de amor é fácil. Qualquer um é capaz de demonstrar amor, ter declarações maravilhosas e inclusive ser meloso ao extremo tentando ganhar alguma coisa rapidamente ou provar que ama. Só que amor é uma paradinha muito louca, porque ele não se prova. Crimes precisam de provas. Amor precisa confiança. Amar não é necessariamente estar plenamente conectado ou amarrado numa pessoa, é um estado de espírito.
Se você pensa que está amando e decide colocar relacionamento sério na redezinha social, mas continua mandando indiretas para o mundo e desejando o mal dos outros, ahhhhhhhh, meu querido, você não sabe porcaria nenhuma sobre amor. 

É tão fácil falar de amor que posso pautar mais uns cinco parágrafos sem mudar de assunto, nem mesmo apelar para clichês do tipo “quem ama não trai”. Pffffffff, frase bonitinha para agradar os outros. Se você ama, não significa que não é possível sentir atração por outra pessoa. O mais engraçado dos seres imperfeitos é essa teimosia de pensar que são perfeitos e que nunca pularam uma cerca. E achar que amor é uma coisa permanente. Porcaria nenhuma. Amor é passageiro, tem gente que ama durante anos, e acorda um dia sentindo que alguém levantou de uma forma esquisita da cama e tudo acaba. E tem quem se dedique tanto à busca por grana, poder, e esquece de amar, mas falo da vida, não de ter uma relacionamento.

Acho que quando inventaram essa parada de definir relacionamentos nas redes sociais, os criadores delas não imaginavam que ele seria alterado em menos de um mês pelas pessoas. Mas eles deveriam ter pensado exatamente isso. Porque o amor na verdade é um baita sacana. Ele ilude, principalmente quem não tem uma base sólida em relação ao sentimento mais importante, o amor próprio. Não que você deva se achar a coisa mais linda do mundo, mas reconhecer suas qualidades e ter condições de avaliar e admitir seus defeitos.
É tão fácil falar de amor e declarar-se apaixonado. Antigamente, isso era necessário para convencer a parceira a fazer amor. Digo parceira porque para convencer um cara a transar você só precisa dizer “oi”. 

Hoje, a tecnologia avançou tanto que com algumas meninas não é mais preciso dizer que ama. Isso funcionava como uma senha, mas não podia simplesmente ser dito, precisava todo um ritual, que a nova geração esqueceu. E ama toda a semana, e deixa de amar a cada final de mês ou quando o verão se aproxima, ou então quando aquele evento noutra cidade vai acontecer. Porque vai ser triste se divertir com alguém do lado. E mesmo parecendo errado, tudo isso é amar. Não existe um jeito certo de amar, existe é uma forma de ser verdadeiro consigo mesmo. Depois, vai ser amor ou uma tentativa de mostrar pras pessoas da sua roda social virtual que você encontrou sua alma gêmea, mas continua virgem. Porque não sabe amar. Porque não quis aprender. E eu não disse que estava aqui para ensinar, porque por vezes cai na prova uma questão que não aprendi e tomo bomba.


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Detalhes

Diferente, presta atenção nos detalhes mais pequenos. Surpreso, jamais esperava ouvir aquelas palavras de lábios tão serenos. Enigmas indecifráveis, piscada de olhos adoráveis. É sempre inesperado, você está acostumado a observar a vida passando ali parado. E de repente, apenas de repente, tudo começa a dar certo dando errado. 

Assombrado, não acredita na própria sorte. Mais fácil pensar em um fim que não seja a morte. E de um abraço qualquer, um daqueles bem forte. Sua vida já era, perdeu seu norte. Assustado, não tem mais a noção do tempo. Agora, não se deixa ir com o vento. Foi o sorriso que provocou tudo. Que bagunçou seu mundo. Indescritível, alegria provocada. Foi a sua chegada, devagar, arriscada. Não havia como esperar que acontecesse assim do nada. 

Poético, embriaga-se de esperança. Sabe que um gole a mais pode acabar com qualquer chance de uma dança. Displicente, tenta articular algumas palavras. Joga as apostas na mesa, olha para ela como quem pede "me salva". Destemido, corre na direção do olhar. Aquele jogo de cena, a vontade de voar. Ela permite que arrisque, incentiva. Um passo atrás, dois para a frente, viva.

Entusiasmado, nada pode provocar
uma derrota. O orgulho que estava escondido agora brota. Um sentimento contido se revolta, há algo de novo. A vontade é só de dar algumas voltas. Tímido, não sabe corresponder à investida, para, pensa, analisa. Sagaz, procura o toque, quer falar sem pronunciar palavra nenhuma que a sufoque. Ardiloso, responde também com o olhar. Ela sorriu. É hora de beijar. 

sábado, 7 de setembro de 2013

A garota do All Star


Paixão é viver na dúvida. Foi por isso que me apaixonei perdidamente pela garota do All Star numa dessas noites num bar. Ela estava pertinho, e apesar de cometer o pecado de sair para a noite sem usar um salto alto, estava linda. 
É impressionante como a distribuição de beleza consegue ser mais injusta do que a de renda. A guria do All Star estava linda vestida de forma simples, uma blusinha solta, sem maquiagem, o tênis sem meia e um shortinho branco. Enquanto isso, as outras mulheres do barzinho pareciam ter se dedicado horas a fio na escolha da roupa, na seleção da calça que iria destacar um pouco mais a bunda, e na maquiagem que combinaria mais com sua expressão. 
A guria do All Star se expressava com as mãos, isso também chamou atenção. Com as mãos e o olhar, aquele olhar de quem está interessado mesmo quando a conversa não vai render nada. Pessoas assim são generosas por natureza, ainda mais porque hoje em dia emprestar a nossa atenção para alguém é algo raro. 
Mas a paixão que senti pela garota do tênis tradicional do rock poderia acabar se eu fosse trocar uma ideia. 
Então, prefiro pensar que a garota do All Star seja toda a perfeição que idealizei, e não alguém normal com defeitos de verdade como todos temos. A paixão é despreocupada. O amor vai aprender a conviver com os defeitos... Então, vou continuar apaixonado pela guria do All Star, mas não sou capaz de amá-la. Porque são duas coisas diferentes, extremamente diferentes, como um tênis e um salto alto.

domingo, 1 de setembro de 2013

O Grenal mudou os rumos no Sul

O último Grenal foi sintomático para o futuro das equipes gaúchas no Campeonato Brasileiro. Naquela partida, a equipe tricolor estreava, em uma prova de fogo, um esquema com três zagueiros. Não permitiu que o Inter, sem nenhum ímpeto ofensivo, jogasse e teve triangulações, ancorado na qualidade, sim, de seus laterais.

Buscou o gol e encontrou no pênalti sofrido por Kleber. O Inter teve duas jogadas ofensivas em sequência, onde volantes saíram para o jogo e avançaram sobre a defesa. Numa delas, empatou a partida. No final do confronto, jogadores colorados comemoraram um empate. Isso não é grandeza.
A partir daquele divisor de águas, o colorado empacou no campeonato – sendo que antes, em preparação ao Grenal, jogou com uma equipe meia boca e levou três do fraco Náutico, time candidato à queda. Inadmissível. Não seria problema se tivesse feito um Grenal objetivo, ofensivo e de jogo agudo. Não fez. Aliás, nos jogos seguintes, não encontrou a vitória no torneio. Empacou na tabela logo depois de ter atingido a primeira posição.
Enquanto isso, o Grêmio foi encaixando o esquema de três zagueiros. Conforme os resultados positivos vieram aparecendo, sem atuações brilhantes, o ímpeto dos jogadores também foi melhorando. Impossível reconhecer méritos em Renato Gaúcho desde então, na mobilização dos jogadores.
Este, aliás, é um diferencial no Brasileirão. Como há mais de seis times com grupos qualificados, é preciso manter as boas atuações com o passar das rodadas. As dificuldades são as mesmas para a maioria das equipes. O Inter teve em poucas partidas esse ano um time propositivo, vertical. É burocrático. Basta notar quantas vezes D’alessandro pega a bola de costas para o marcador para fazer um giro qualquer ou sofrer a falta. Ainda assim, é essencial ao time. Uma dependência que se torna prejudicial à equipe.

Há material humano para inovar no time colorado e experimentar uma equipe mais ofensiva, desde que haja dois volantes de força à frente dos zagueiros, como ocorreu no jogo contra o Coritiba, onde mesmo assim houve espaços. Os atacantes do Inter não seguram a bola quando ela é desafogada. A forma de jogar do time não permite isso hoje. E se for pensar em jogar com três homens de frente, D’ale, Forlán e Damião precisam fazer algo que hoje produzem sem qualquer vontade, marcar os adversários.