terça-feira, 30 de março de 2010

Jesus venceria a eleição?

Uma das máximas da política diz que cada comunidade tem os governadores que merece. É uma espécie de explicação para aqueles governos que não dão certo e são tachados pela incompetência ou morosidade. Ah, essa frase é usada também pela oposição na tentativa de forçar a opinião pública contra quem está no poder e até dá certo. Aliás, é muito fácil convencer (enganar) o povo. Para quem nunca acompanhou uma eleição, eu indico um passeio por sua cidade na véspera do dia de votação, nos bairros mais pobres, você verá coisas interessantes.

É com base nessa constatação de que o povo pode facilmente ser induzido a votar em qualquer cidadão – tendo ele a solução mágica para todos os problemas de um município, estado ou nação – que coloco o questionamento: será que Jesus venceria a eleição? Desde já, que fique bem claro que este não é um texto que trata de religião, mas uma simples análise do atual momento da política nacional, marcada por episódios que todos conhecem. Também não critico aqueles que pegam seus votos dentro de igrejas, acho que nem a Justiça ou o papa se importam com isso.


Mas não pense em como seria o trabalho de Jesus com toda a “fama” que ele tem hoje. Imagine um homem com a mesma índole e propostas de pacificação de Jesus. Na atualidade, é possível acreditar em um candidato com esse perfil, que chegaria como o salvador dos homens? Acho que Jesus não teria sucesso em uma eleição. Minha tese é que ele concorreria por seu desejo de mudar o mundo, mas não conseguiria apoio nenhum sem conhecer o jogo político. Não basta ser boa gente e ter grandes propostas. Ele precisaria de aliados fortes para o pleito e ainda uma boa ação de marketing, a exemplo do que ocorreu com o Obama. Mas por que isso acontece? Como pode até Jesus não se eleger? Aí voltamos ao ponto de partida deste texto.


Você leu a Bíblia ou conhece a história do filho que Deus mandou para nos salvar? Bem, Jesus foi preterido à salvação pelo povo para que o bandido Barrabás fosse libertado. Sim, o povo sempre teve o que merece. Preferiram crucificar Jesus e deixar solto o ladrão. Não sei se isso não é parecido com a atuação do nosso Judiciário com relação aos políticos acusados de desvio de verbas e tudo mais. E também não adianta sonharmos pois não vai aparecer nenhum Jesus para nos salvar lá em outubro.


O que você pode fazer é cobrar, fiscalizar o que a política faz com o seu dinheiro e hoje, graças às modernidades, existem formas de fazer isso sem sair da frente do computador. Mas claro que depois não custa nada se organizar e cobrar uma atitude, de forma ordeira, dos governos com relação ao cumprimento de promessas ou atendimento aos anseios do povo. É assim que você atua na política sem ser político, fiscalizando, acompanhando e liderando movimentos. E vamos parar com a mania de envolver Deus com a política, por favor...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Um cafajeste honesto

Todo cara após um tempo aprende a lidar com as mulheres, como levar as situações do dia-a-dia na mais absoluta paz, sem aquelas briguinhas bobas. Mas o aprendizado mais intenso, que começa cedo (lá no jardim de infância quando o gurizinho empresta seu lápis colorido pra menininha) é o que conta para que o sujeito se transforme num conquistador barato. Não é incomum falar que nós homens somos caçadores, que nosso apetite sexual é maior e que por isso traímos mais. Pessoalmente, acho isso uma bobagem, mas quem quiser que acredite, não vou tentar provar o contrário.

O importante é que toda menina precisa saber que muitos caras usam todo tipo de arma para seduzir e encantar as princesas pelas ruas (assim como elas também fazem!). Alguns são beneficiados pela natureza e exibem suas barrigas tanquinho e seus músculos com roupinhas minúsculas. Os que bebem cerveja e têm uma pancinha precisam ser espertos e apelar para métodos de persuasão e recorrer à poesia, romantismo e outras frescuras que muitas delas ainda apreciam. Tem cara que ainda manda flores, com recadinho e tudo. Quando não vai no tradicional papelzinho, rola um torpedinho ou recado deixado pela net. E que bom que muitas meninas ainda gostam de um pouco de romantismo, ou caras como eu estariam perdidos.


É por isso que prefiro me enquadrar no terceiro tipo de homem. Não é uma expressão nova a palavra cafajeste, mas talvez a mistura com o termo honesto seja inovadora. Bem, sou um cafajeste honesto. Cafajeste porque já fui assim chamado e honesto porque nunca escondo o que sinto em relação a uma menina, seja ela um casinho, amiga, namorada, mamãe ou até mesmo aquela prima distante com quem posso ter um affair no próximo ano. Tudo bem, me chamem de galinha, mas ainda assim prefiro a sinceridade a um elogio vazio absolutamente mentiroso só pra conseguir uns beijos ou uma transa casual.


Aliás, ser um cafajeste honesto tem algumas regras. Em primeiro lugar é preciso ter amigas que conheçam o cara bem. Elas serão como uma assessoria de imprensa do rapaz e vão divulgar sua boa imagem. Ao mesmo tempo, nunca é ruim ter inimigos úteis, aquelas pessoas que todos detestam e que falam mal do cara. Sem perceber, eles fazem um marketing positivo também. Atitudes politicamente corretas, como se preocupar com os amigos, ter cuidado com as palavras e tal também contam pontos. É extremamente importante ser descolado e ter segurança, e é aqui que me falta habilidade. Mas acho que isso é só um bloqueio de infância porque eu nunca fui escolhido pro time da pelada. Mas acima de tudo, há uma regra que jamais deve ser quebrada. Um cafajeste honesto não pode nunca, jamais, ofender ou tratar mal, nem por um segundo, uma menina com quem tenha um relacionamento sério.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Lágrimas sobre o papel

Cada pequena lágrima derramada sobre o velho caderno que serviu de diário revelava a tristeza que tentava esconder. O telefone, desligado sobre a mesa bagunçada, era a prova de que não queria ouvir ou falar com ninguém. As fotos espalhadas sobre a cama denunciavam a saudade que sentia de um passado pouco distante, elas se misturavam às peças de roupa que ela escolhera para sair, mas que ficaram ali jogadas porque a tristeza a venceu.

Na tela do computador, apareciam os velhos depoimentos de Cadu e Vivi os lia lentamente como se fosse a letra de uma música romântica que ela ouvia todas as noites. O player tocava repetidamente a mesma canção da primeira dança e ela lembrava do tamanho de seu sorriso naquela noite perfeita. O papel manchado com lágrimas ensaiava um pedido de explicação. Vivi não conseguia ordenar os pensamentos escrevendo no computador, precisava sentir a velha caneta sujando o lado dos dedos após desenhar as letras no papel.

Os gritos vindos da sala mostravam que seu pai realmente não iria aceitar Cadu e esta imposição parecia forçar a menina a buscar pelo rapaz e tentar uma reconciliação. Desde que o pai de Vivi o humilhou, criticando por ser um jovem humilde, Cadu não quis mais ver a menina, acreditando que realmente não a merecia. A menina tentara durante dias apenas uma conversa com ele, mas nada adiantava. Cadu claramente tentava evitar Vivi. Suas amigas a convidaram durante toda a semana para ir à festa e tentar esquecer o menino, embora soubessem que o amor dos dois fosse sólido demais para se quebrar tão rapidamente.

As lágrimas não paravam, Vivi não entendia a imposição do pai contra o seu namorado. E sentiu dentro de seu próprio coração cada ofensa que o pai havia disparado a seu amado. Até entendia a tentativa do rapaz de se afastar, mas ela estava disposta a lutar pelo seu amor. Foi por isso que correu até os velhos All Stars que estavam sob a cama e reuniu todas as velhas fotos na mochila, saindo de casa no meio da noite. Perto da casa de Cadu, pôde ver que uma sombra estava parada na próxima ao portão. Era o menino, de cabeça baixa mexendo no celular. Vivi chegou de surpresa e tirou o aparelho da mão do amado. Na tela estava escrito: “amor, eu quero muito ficar contigo. Liga o celular e vem aqui, estou morrendo de saudades”. Ele olhou para cima, notando os olhos da amada cheios de lágrimas e levantou-se para acarinhar o rosto dela. “Eu te amo, Vivi”, disse ele, antes de beijar a garota.

sexta-feira, 19 de março de 2010

A complexidade de uma sexta-feira

Sexta-feira sempre é um dia desgastante, chato, arrastado e perturbador, pelo menos pra mim. E até onde me recordo, sempre foi assim, desde o colégio, embora naquela época o sentimento de liberdade fosse muito maior. Sei que a maioria das pessoas detesta a segunda-feira. Mas a segunda é tão tranquila, você começa relaxado depois de um final de semana de descanso e festas. A sexta-feira não, ela é carregada, você traz junto toda a correria dos outros dias, todo o estresse e aquilo fica acumulado e você tenta se libertar. E a maldita sexta-feira não acaba.

Sinceramente, você já parou e pensou na complexidade de uma sexta-feira? Puxa, acho que sou o único cara cheio de coisas para fazer neste dia e que ainda arruma tempo para escrever algo assim. Realmente, me falta assunto. Não quero escrever sobre o amor, porque acho que não sou um profundo conhecedor. Ou talvez eu seja e isso foi apenas uma falsa modéstia. E hoje é sexta-feira e o dia está verdadeiramente encantador, embora eu esteja encerrado na minha ilha da redação do Jornal do Povo decidindo como abordar uma pauta qualquer.

E enquanto faço isso e penso na maluquice das últimas sextas, volto ao meu passado, aos meus tempos de Borges em que pegava o carro para ir para fora, pescar, tomar banho de rio e conversar descompromissadamente com os amigos de lá. É incrível o impacto que o fim da adolescência teve na minha vida, terminando com o meu tempo disponível para esses pequenos prazeres. E ainda que isso não ocorra mais ao final de todas as sextas, eu prefiro olhar o lado positivo e notar o quanto valorizo mais esses momentos. E hoje é uma sexta-feira, ela iniciou comum e agora, pouco antes do meio-dia, não me revela ainda nada sedutor, nada que me empolgue a gostar um pouco mais desse dia. Sei que os defensores da sexta-feira vão dizer que este é o dia de extravasar, de sair, de fazer festa e de beber até cair.

Mas sinceramente, eu prefiro ficar de pé, trabalhar, escrever, concluir meu livro que infelizmente está parado, terminar um trabalho que pode influenciar o desenvolvimento da cidade e continuar meu compromisso assumido com os jovens de Cachoeira. Poucos sabem, mas numa sexta-feira à noite eu criei o projeto editorial do jornal Formigão com um sonho em mente – que mais jovens começassem a ler e a se interessar e desenvolver seu senso crítico. Pois é, sexta até não é um dia assim tão ruim...

terça-feira, 16 de março de 2010

Quero uma cerveja esta noite

Acho que já escrevi sobre isso e como agora sei que muitos menores de idade me leem (agora é sem acento mesmo!), previno que não estou incentivando o consumo de álcool. Pois bem, eu disse que quero uma cerveja, mas minha vontade é cumprir um ritual que não organizo há muito tempo. Beber, ou melhor, apreciar uma cerveja não é um simples ato de chegar ao boteco da esquina e pedir uma ceva. Não, até pode ser assim se você for um alcoólatra, mas apreciar uma cerveja requer toda uma preparação.

Para começar, é preciso no mínimo um local agradável para beber cerveja e o precioso líquido não pode custar mais do que quatro reais a garrafa. Quando falo em lugar propício, me refiro a uma mesinha em um lugar fechado, mas bem arejado, de preferência com paredes de vidro que dirijam nosso olhar para um ponto movimentado. Tem que ter no mínimo quatro lugares para que possamos apreciar a loira gelada na companhia de amigos e algumas batatas fritas. É imprescindível que o ambiente seja frequentado por mulheres, e de preferência que elas sejam atraentes. A alternativa para toda regra é quando há jogo do time do coração, dia em que a emoção é que controla quantas cevas você vai beber. Tipo, sai um gol e o pessoal: “garçom, manda mais uma”.


Voltemos às regras. Não tomem porre, amigos. Sério, não tem a mínima graça. Digo, até tem, vão rir muito das bobagens que você falar e fizer. Pessoalmente, não tomo um porre há pelo menos dois anos. Estou careta porque passo muito tempo trabalhando e às vezes esqueço esses prazeres que a vida nos proporciona. E uma cerveja gelada, depois de um longo dia de trabalho é um presente dos deuses (que me perdoem os seguidores de igrejas). Mas claro aprecie com moderação e não dirija e não se mate e nem encha o saco daquela sua ex-namorada ligando tarde da madrugada cheio de palavras pastosas.


Ultimamente tenho me desdobrado entre textos para adultos e adolescentes, tenho escrito essas bobagens aqui e estou tentando contribuir, da minha forma, para o desenvolvimento de Cachoeira. Mas tem dias, como hoje, em que a única coisa que desejo fazer no final do dia é tomar uma cerveja. Porque não pude ir ao show do Guns n Roses em Porto Alegre cantar You Could Be Mine com uma multidão de fãs, nem fechar a noite ouvindo Paradise City, para depois ir a um bar qualquer tomar uma cerveja e ver o quanto a vida é bela. Pelo contrário, trabalhei das sete da manhã até agora, são quase dez da noite. E a vida é bela mesmo assim, porque tenho uma cerveja me esperando, bem gelada.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Suas manias

Nunca fui bom de poesia, e nem acho que seja capaz de rimar o amor que sinto por todas suas pequenas manias que me encantam e me fazem escrever textos sem sentido. Aquela mania de mexer comigo no meio do dia, me obrigando a telefonar só para ouvir algumas palavras e te dizer pela quarta vez que te amo e que sinto sua falta. E aquela sua insistência de me encantar e de alterar até mesmo o humor de São Pedro, que ao te perceber desiste de fazer chover e abre as nuvens para que o sol possa te ver, te fazendo usar aquelas roupas pequenas, mostrando seu corpo lapidado como se fora um diamante e ofuscando meu olhar, me fazendo imaginar os momentos que gostaria de passar só assistindo o desenho do teu sorriso, no cair da noite, enquanto a chuva nos refresca e nos convida para amar.

Não canso de amar seu sorriso, nem de me perder em pensamentos e sonhos que me fazem voar. E se for para voar, tem que ser com você, meu anjo, ao meu lado, porque eu cairia se você não estivesse ao meu lado me ensinando a mexer as asas. Porque você tem mania de viver intensamente e me provocar a fazer o mesmo e de me arrancar palavras e juras de amor toda a vez que me deixa te abraçar. E eu juro te amar, e acho duro te amar assim de longe às vezes e ter que me entregar às folhas de papel e a alguns copos de uísque para fazer o tempo passar logo, só para que chegue logo o amanhã, o dia que vou te encontrar, sozinha em qualquer lugar a minha espera.

Mania de sumir e me sufocar com a saudade. E me fazer lembrar, todas as noites, que não posso dormir sem pedir antes ao tio lá de cima para te cuidar. Essa mania de escrever e pensar e tentar entender o pensamento, e deixar para escrever mais tarde ou falar outro dia sobre o que estava pensando... Confusão total! Tenho mania de gostar de tudo que você faz e detestar ficar longe dos teus beijos delicados e ardentes, doces e quentes, sinceros e provocantes. Eu poderia escrever só um texto falando de cada um dos seus beijos, mas prefiro mesmo é beijar. Porque você tem mania de me beijar e tornar aqueles segundos inesquecíveis, como aqueles sonhos que desejamos por horas, ou por toda a vida. Como eu disse, nunca fui bom de poesia e acho que minhas palavras não são suficientes para atingir a sua alma da mesma forma que o seu sorriso é forte para fazer meu coração desacelerar e me obrigar a escrever palavras que não conseguem descrever o quanto te amo, bebê.

Não guarde suas impressões

Gosto de me surpreender e acho que a vida não tem graça se de vez em quando algo ou alguém não nos encher de curiosidade e excitação, seja por seu jeito ou por falar qualquer coisa interessante, ou simplesmente por um sorriso escancarado numa tarde de domingo. Gosto de inteligência e beleza, mas admiro muito a capacidade que as pessoas têm de se articular e defender seu ponto de vista, acho que não tem nada de interessante quando as pessoas apenas concordam com o que pensamos, embora, muitas vezes, isso possa ser também positivo.

É por isso que eu prefiro não guardar minhas impressões da vida, das pessoas, do dia ou até mesmo do trabalho. Eu prefiro ter opinião e expressar o que pensei ao invés de morrer pensando em como teria sido se eu tivesse falado o que acabaria escondendo... Deu pra entender essa última reflexão? Mais ou menos assim, prefiro falar a morrer com palavras engasgadas, porque muitas vezes as palavras podem desarmar, podem agradar ou mesmo desagradar, mas elas sempre vão provocar algum sentimento que vai retornar para mim.

Por exemplo, se eu escrever esse texto agora dizendo para você, caro leitor, o quanto estimo a sua presença neste blog apreciando esse texto ridículo, você vai se sentir lisonjeado e provavelmente irá dizer que gosta do que está escrito aqui. Sabe por quê? Porque eu te provoquei, ainda que inconscientemente, a dizer isso. Não sei se existe uma teoria sobre isso, mas essa é a minha. Quando você provoca a pessoa com um elogio, ela vai te retribuir provavelmente na mesma moeda. Então, não guarde suas impressões de alguém na próxima vez que se encantar. Ela vai saber olhar para as suas qualidades e vocês vão ficar numa linda troca mútua de elogios, se descobrindo e até conhecendo qualidades que nem imaginava possuir. Ah, pra finalizar, obrigado a todos que vieram elogiar esta edição do Formigão. Essa parceria de vocês me faz acreditar no caminho que estou seguindo e continuar por ele. Valeu, amigos e amigas.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O sexo e a riqueza

Eu tive a felicidade de não precisar me preocupar muito com sexo ao longo da minha adolescência. Mentira, eu pensava muito em sexo e quando a gurizada começava a falar que fazia e acontecia, me batia uma deprê daquelas. Eu era esclarecido no assunto porque sempre gostei muito de ler revistas masculinas (aquelas com muié pelada, tá ligado). Eu ia além de ficar apenas vendo as fotos (tenso!) e gostava de aprender aquelas dicas sobre como agradar uma mulher (não apenas na cama). Mas depois de um tempo acabei notando como o sexo pode ser comprado baratinho nas ruas.

Sim, pra caras ricos conseguir sexo é uma barbada. Claro que muitas vezes a qualidade do produto é muito baixa, mas o Inmetro aprova mesmo assim. Afinal, o que conta é descarregar o estresse (meu, isso vai ficar muito mais bagaceiro. Se você for menor, pare de ler agora!). E o que falar dos famosos então. Aliás, fama só serve pra arrumar uma transa grátis, nada mais. Acho que um cantor dessas bandas de rock deve ter uma agenda mais comprida que de político. A diferença é que ao invés de reuniões chatas são horas de sexo hard com meninas que estão loucas para ser modelo.


O cara rico pode pegar qualquer mina com o carro e levar pro motel ou pra um esconderijo numa ruazinha da cidade. Só que os caras ricos muitas vezes acabam sendo feitos de trouxas, pagam altas mordomias pras deusas e elas não liberam a mixaria. E aí, os babacas, enfeitiçados por um rabinho de saia, caem na jogada e pedem em casamento.


O cara pobre é diferente, ele precisa arrumar uma namoradinha e ficar investindo um tempão. E o legal é que muitas vezes vai acabar se apaixonando e desistindo do sexo. Só vai querer saber de fazer amor (é diferente, um dia vocês descobrem!). O lado positivo é que nenhuma deusa vai ficar pedindo nada pro cara sem grana. Se ela engatar, vai ser porque gosta do cara mesmo, não por interesse no ingresso pra balada, na roupinha nova ou no carro do ano.


Mas nem tudo são flores. Os caras ricos sempre vão poder se orgulhar e contar pros netos das capas de revista que tiveram em suas camas. E vão acabar casando com uma gostosa daquelas de parar o trânsito. O único problema é que quando o corno for trabalhar ela vai dar pro cara pobre que limpa a piscina.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O fim da paixão é o amor

E o namoro chegou ao fim, Viviane só tinha forças para chorar. Às vezes acaba se entregando ao choro e sente uma tristeza imensa quando pressente o carro de Caco passando pela rua. É como se quisesse se jogar à frente dele só para saber se o banco do carona é tripulado por outra. Caco sabe que errou e por isso não tem coragem de encarar Vivi de novo, tem certeza que não merece mais o carinho dela após a bobagem que fez. E não para de se culpar por isso.

Cada um do seu jeito permanece pensando no outro, mas nenhum sabe que atitude tomar, passam o tempo conversando com amigos e invariavelmente os assuntos são os mesmos. Se perdem em memórias de momentos inesquecíveis, um saudosismo que os machuca. Viviane pensa em ligar, afinal é tão fácil tentar conversar de novo, mas ela não compreende por que Caco não a procurou, ela quer odiá-lo pelo que fez, esquecer tudo que aconteceu, e não consegue. A menina pega o celular e começa a ler as mensagens que trocaram há mais de um ano, quando estavam se conhecendo. Com uma mistura de raiva e carinho, ela pensa em apagar tudo, não quer velhas lembranças, só que não consegue tirar Caco do seu pensamento, e não irá apagar as memórias do que viveram, nem as juras de amor que trocaram.

Caco sai de casa apressado, cheio de vontade para jogar futebol com os amigos. Apesar de estar triste e saber que a culpa é dele, sente-se feliz por ter mais liberdade e poder sair sem ter que discutir para isso. Ele também pensa no início da relação, quando tudo era decidido com sorrisos. Mas o tempo se encarregou de dificultar a convivência.

Durante o jogo, parece desnorteado. Logo ele que costumava driblar com facilidade tudo na vida, agora percebe que perdeu a sua melhor jogada. No entanto, sente orgulho e decide não procurar Vivi pois tem medo que ela faça algo inesperado como já deveria ter feito. O que mais intriga Caco foi a reação de sua namorada, ela apenas chorou e virou as costas quando ele contou sua traição. Na verdade ele queria ser xingado, queria que ela dissesse que ele não prestava, que o humilhasse por ter estragado a paixão que existia entre eles. O que sabia é que alguma coisa precisa ser feita.

Dois dias depois, Caco arranja uma desculpa para ir até a casa de Vivi, ligou e falou friamente que desejava pegar umas coisas suas que havia esquecido. A ligação fez a menina estremecer, imaginando que ele pudesse querer pedir desculpas, e ela começou a pensar no que responderia. Contudo, seu coração machucado não entendia por que ele havia sido tão rápido na ligação. Vivi chegou a pensar que Caco já tinha outra. “Não quero nem ver a cara dele”, pensava. E depois outras ideias a incomodavam.

Perto do anoitecer, Caco parou em frente à casa de sua amada, que já o esperava nervosa. “Nós precisamos conversar”, era o que Caco queria dizer antes de pronunciar um oi quase imperceptível. Vivi, sem querer, foi amarga e mostrou que já havia separado tudo que o rapaz havia ido buscar. Depois de carregar tudo para o carro, ele olha para a porta, mas Vivi não o acompanhou até a rua, mas manteve a porta aberta. Ele tenta voltar, estava a ponto de chorar quando ela corre e o encara fixamente. Conversaram por horas, discutiram, tentaram entender o que estavam vivendo, um sentimento que sufocava ambos e não os permitia raciocinar com facilidade. De repente, se beijaram, e perceberam que sua paixão havia se tornado, de uma forma estranha e louca, um amor completo e verdadeiro. E a paixão teve fim, para início do amor.

Cachoeira é uma ilha

As reuniões matutinas promovidas no gabinete da Prefeitura, exatamente na sala das fotos dos ex-prefeitos, provam muitas coisas. Existem várias pessoas com boas ideias na comunidade cachoeirense e com vontade de contribuir para o crescimento e desenvolvimento da cidade. Este é o lado positivo das reuniões até agora, sugestões reais e positivas que podem, sim, auxiliar o Governo Sérgio Ghignatti a seguir o caminho certo. O lado negativo é que alguns não entenderam ainda a iniciativa do prefeito interino Ronaldo Trojahn.

Ao iniciar as reuniões, após uma breve conversa informal com os líderes da cidade, Ronaldo faz o seguinte questionamento: “se você fosse prefeito a partir de amanhã, que medidas colocaria em prática pensando no desenvolvimento de Cachoeira?”. Alguns dos convidados propõe iniciativas que sejam ligadas às suas áreas de atuação e de certa forma isso está errado. Seria o mesmo que eu assumir a Prefeitura e dar emprego a todos meus amigos da imprensa. Ou seja, o mesmo procedimento político que é condenado pela comunidade, com preenchimento de cargos para a companheirada, é também sugerido por parte da sociedade organizada. A isso dou o nome de incoerência.

Este, prezados leitores, é o maior erro da política. Não, na verdade é o pior erro de alguns políticos. Seduzidos pelo poder, muitos deles esquecem de trabalhar pelo bem comum e passam a pensar apenas no seu crescimento político e egoísmo econômico. Isso quando não decidem entrar na onda do mensalão e colocar os seus impostos dentro das meias, cuecas e... Onde mais vão enfiar?

É por isso que pessoalmente estava esperando que todos que chegassem ao farto café da manhã oferecido pelo prefeito interino mostrassem sugestões abrangentes ao crescimento da cidade como um todo, e não pensando nos dividendos que poderiam ter no futuro. Nestes momentos é que parece que Cachoeira se tornou uma ilha. O bom é que esses são minoria pois há excelentes sugestões sendo dadas para a Prefeitura. E para aqueles opinadores de plantão que dizem que a iniciativa é balela política, minha resposta é bastante simples. Toda promessa política não irá passar disso enquanto a sociedade não se organizar e não cobrar resolução dos órgãos governamentais. Não existe movimento organizado da comunidade para protestos que não seja ligada a um partido político. O eleitor não pode exercer seu direito apenas no momento do voto, mas durante todo o mandato. Mais uma vez, só reclamar não adianta. É preciso participar.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher: dança no Formigão

Hoje foi um dia especial pra mim, por uma série de ocasiões que tornam o meu cotidiano, ou a rotina do meu trabalho, absolutamente prazerosa. Acordei exatamente às 6h38min, dois antes do despertador tocar. A primeira coisa que fiz foi dar um beijo na minha namorada e dizer “parabéns, pelo teu dia, meu bem”. Acho que ela não ouviu, estava mergulhada em algum sonho bom, pois seu rosto transparecia um sorriso igual ao do dia que roubei um beijo dela pela primeira vez.

Rumei para o trabalho, cobrindo uma reunião na Prefeitura com representantes da cidade. Fiz questão de cumprimentar cada amiga e mulheres no caminho durante o dia, reforçando, que era eu quem me sentia parabenizado por fazer parte da vida delas. Pela primeira vez, o Dia Internacional da Mulher foi visto por mim com um olhar bem distante do machismo que minha cabeça conservadora sempre conservou.


Mas foi à tarde, bem no meio dela, por volta das 16h e alguns minutos, que percebi no olhar de uma mulher o prazer por um trabalho feito com amor e dedicação. Era o olhar que somente uma mulher apaixonada pela vida e pelo que faz tem. Um olhar de menina, admirada ao ver seus alunos dando entrevista para sair no próximo Formigão em uma matéria que abordo a dança. O rosto era da Kon, a jovem de preto no meio da foto. Na verdade, essa reportagem nasceu após algumas conversas que tivemos pelo MSN, mas isso não vem ao caso.


O importante é que a forma como a Kon olhava para os alunos era o mesmo olhar de uma mãe aos filhos, ou de uma irmã mais velha. Aquele olhar de quem cuida, se preocupa e se orgulha com o que faz. E isso lembrou a mim mesmo, com meu trabalho no único jornal teen da cidade. Sou apaixonado, louco, aficcionado pelo meu trabalho e pelos frutos que ganho com ele, amizades, lucros, cultura, informação. E um dos alunos da Kon, o Zeka, me perguntou sobre a profissão jornalista. Ele está interessado em ingressar na área e tal. O que eu posso dizer, cara, é que jornalismo não se aprende (não porque não peguei o diploma ainda), mas porque se vive, todos os dias.



As linhas de cima são minha homenagem a todas mulheres em geral, que tornam a vida dos homens melhor, não apenas quando lavam, passam e nos preparam o jantar (tinha que ter um pouco de machismo, né), mas pelos momentos maravilhosos que nos garantem aquele brilho no olhar, como o da Kon.


As linhas de baixo são palavras do Elton John que gostaria de oferecer a todas as leitoras.



Sua Canção

É um tanto engraçado este sentimento aqui dentro
Não sou do tipo de pessoa que consegue esconder facilmente
Não tenho muito dinheiro, mas se eu tivesse
Compraria uma grande casa onde nós dois poderíamos viver

Se eu fosse um escultor, mas poxa, não sou
Ou um homem que faz poções em um show ambulante
Eu sei que não é muito, porém é o melhor que eu posso fazer
Meu presente é minha canção e esta é para você

E você poderá contar para todo o mundo que esta é sua canção
Talvez ela seja bastante simples, mas agora que está terminada
Eu espero que você não se importe
Que eu tenha colocado em palavras
Como a vida é maravilhosa enquanto você está no mundo

Me sentei no telhado e retirei o musgo
Bem... Alguns dos versos me colocaram em uma encruzilhada
Mas o sol estava adorável enquanto eu escrevia esta canção
É para pessoas como você, que a mantém viva

Então perdoe-me se eu esquecer, mas estas coisas eu faço
Perceba que esqueci, se são verdes ou são azuis
De qualquer maneira, bom... o que eu realmente quero dizer
É que seus olhos são os mais doces que eu jamais vi
E você pode dizer a todos que esta é sua canção, espero


que não se importe que eu tenha colocado em palavras


quanto a vida é maravilhosa enquanto você está no mundo

sexta-feira, 5 de março de 2010

Pérolas políticas

Arruda não dá mais sorte e não pode ser carregada no bolso, só nas cuecas.

Falar merda é absolutamente normal, desde que a sua popularidade seja altamente forte para garantir uma blindagem eleitoral.

Eleição agora vai ser tirada no palitinho, ganha o político que tiver a ficha menos suja.

A urna eletrônica deveria ter um sistema anticorrupto. Toda vez que o eleitor digitasse o número de um especialista em orgias com o dinheiro público, deveria receber uma descarga elétrica no corpo, para aprender a não fazer bobagem.

As Câmaras de Vereadores deveriam tentar instituir mais um título: o de bom administrador. O problema é dificilmente algum dia um político receba este prêmio.

Será criado o curso preparatório para ser vereador. As aulas serão ministradas nas escolas municipais, de segunda a terceira séries. Ainda existe o perigo de as crianças estarem mais adiantadas que os políticos, portanto as creches serão opção.

Será permitido comprar um plano de governo, junto à comunidade no último ano de mandato.

Os políticos seguirão dizendo que não compram votos e a Justiça seguirá fingindo que acredita, mas ninguém vai desconfiar de nada nessa relação.

Muitos políticos desejam o fim da liberdade de expressão, mas não por se sentirem ofendidos. É que eles não entendem mesmo o que os jornalistas dizem.

Você pode acreditar uma vez na promessa do político. Na segunda, você já pode chamar ele de sem vergonha, ladrão e dizer que todos são iguais.

Previsão 1: no futuro as pessoas vão se importar e participar da política e cobrar ações de verdade e não medidas eleitoreiras.

Previsão 2: no futuro também vai existir Papai Noel e Jesus Cristo voltará ao mundo e concorrerá à presidência da República. Ele vai perder e dizer a seguinte frase: pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem.

Previsão 3: vou abrir um restaurante exclusivo para políticos. A especialidade será pizza.

História de amor

Ela era do tipo difícil, não gostava de sorrir e dificilmente se permitia entrar em uma conversa. Ele era do tipo insistente, principalmente quando gostava, mas há muito tempo não se interessava por ninguém como por aquela menina. Ela gostava de assistir peças de teatro e de literatura clássica, se vestia como uma boneca e era a menina mais popular da escola, embora não gostasse deste título. Ele nunca gostou de assistir televisão, preferia o vídeo-game e de vez em quando lia alguns quadrinhos de super-heróis. Estava longe de ter um grande círculo de amigos, mas se esforçasse pouco para isso.

Um dia, choveu muito quando eles voltavam da educação física e tiveram de se abrigar juntos sob uma aba de uma pequena casa. Inesperadamente toda a cidade ficou escura e ela parecia assustada e tensa. Também surpreendentemente ele a abraçou, protegendo seu corpo pequeno num gesto carinhoso que ela jamais esperava. Ela não recuou, olhou para cima e viu o rosto dele. Fez um sinal com os olhos para agradecer, enquanto se protegia do vento forte.


A chuva parecia não parar e os celulares, para variar, não funcionavam. Ela começava a tremer, mas não entendia porque não era medo da situação, e sim uma grande expectativa. Era uma sensação nova. Ele aproximou-se ainda mais dela, notava as gotas da chuva escorrendo pela testa dela e se alojando perto dos lábios levemente carnudos. Em poucos segundos acabou se apaixonando por aquela imagem. Jamais havia a visto tão de perto e nunca imaginou que a teria grudada a seu coração.


Ela sentiu o cheiro dele e notou seu olhar paralisado. Foi quando a chuva começou a parar e eles não notaram. E o vento acabou e eles não percebiam. O dia clareava novamente e eles estavam em outro mundo. Em um estalo, ele preparou-se para libertar a menina de seus braços. E foi quando ela pronunciou pela primeira vez aquela frase: “me beija?”, com um olhar tímido e sensual. Antes de atender o pedido, ele tocou o rosto dela e fez um carinho de leve. Se aproximou e cheirou o pescoço dela e a encarou. E quando a chuva recomeçou, eles se beijaram novamente, sentindo os pingos abençoarem o início do amor.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Minhas melhores palavras

Foi sempre durante longas madrugadas que escrevi as minhas melhores palavras, acontecia normalmente antes de adormecer o fenômeno em que as frases pareciam melhor construídas e que os textos fluíam com mais naturalidade. Talvez porque nesses momentos estamos mais próximos da realidade mais perfeita que vivemos e que são os nossos sonhos, os mais loucos e impossíveis. O estranho é acordar sobressaltado e ver a forma como brigamos e choramos por nossas vidas, carentes de uma paixão, e reler aquelas palavras que na noite anterior pareciam tão belas.

Não, eu não entendo por que o amor me faz escrever coisas assim, soltas e perdidas em uma noite qualquer sem nenhuma influência externa. Eu gostaria de ter explicação e encontrar as palavras mais adequadas e encaixar cada uma dentro do coração dela só para sentir o amor nascendo e crescendo. Será que ela já notou que é por culpa do sorriso dela que escrevo há tantos anos durante as madrugadas, procurando na ficção a realidade que deveria fazer parte de nossas vidas?

Você já tentou desenhar um dia inteiro com detalhes mágicos de nós dois, mas se sentiu absolutamente magoada porque não conseguiu ser intensa e verdadeira o suficiente para mostrar o que sentia? Será que você já leu as minhas melhores palavras e os piores textos de amor que tentei escrever pra você, quando deveria estar abraçado te chamando de meu bem?

Foi sempre tarde da noite que esqueci de respirar por alguns instantes para tentar ouvir seus pensamentos. Era nestas horas que imaginava seus sonhos conectados aos meus e vislumbrava um futuro perfeito onde não havia razões para sentir medo de confessar que amo... E era pouco antes de escrever minhas melhores palavras que acabava adormecendo e desistindo de usar o celular, preferindo confessar apenas ao papel aquilo que você deveria estar ouvindo. E lembrar da nossa canção, aquela que dançaríamos sob uma fina chuva sem nos importar com o resto do mundo.

Será que você também sonhou com esta cena: nós dois abraçados sob o olhar das estrelas e eu cantando e pronunciando baixinho pequenas juras de amor ao pé do seu ouvido. Mas e se eu não vir mais o seu rosto amanhã? A única coisa que gostaria de dizer agora seria boa noite, boa noite...