sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O sonho do meu amigo Rall

Um dia desses no meio de uma conversa de MSN com um amigão meu, falávamos sobre nossos projetos de vida, nossas ambições e sonhos. É incrível, mas hoje em dia o consumismo faz as pessoas quererem ter tudo e comprar ilhas por todo o mundo. Na nossa conversa, que foi sincera porque dois caras jamais mentem um pro outro, eu percebi o quanto somos diferentes do resto do mundo. Temos sonhos simples eu e o Rall. Eu só pretendo seguir na minha carreira de jornalismo e cobrindo os lances da política de preferência numa city grande.


Mas o sonho do Rall é simplesmente extraordinário, é quase uma poesia moderna de tão sincera e simplória. O Rall me disse assim: “eu tenho um sonho também. Morar em qualquer cidade descolada, trabalhar em casa e ganhando muita grana, de tardezinha tomar um café preto com um croquete em um boteco já tradicional e depois ir para a boemia e finalizar o dia fazendo amor com uma garota”.


Fala sério, é quase perfeito. Eu só não curto o lance de trabalhar em casa, porque o cara vai acabar se isolando demais do mundo, sei lá. É legal ter aquela coisa dos colegas contando piadas e do chefe te cobrando. Se bem que deve ser muito legal não ter chefe, mas aí a gente não aprende nada. Bueno, voltando aos sonhos, depois que ele contou isso eu comentei que nossos sonhos terminavam igual – porque no final do dia eu também queria fazer amor com uma guria.


Depois a gente entrou numas conversas com temas de baixo calão falando das nossas aventuras sexuais e de quando frequentávamos a zona. O Rall lembrou um dia desses que estava triste porque a “menina” que ele conheceu lá havia se casado e disse “ela não podia ter feito isso comigo”. E nós demos risada no MSN, aqueles uhaieauhaeiuheaiuhaeiueahi que na verdade jamais iriam se assemelhar a um som. Na verdade, os aheuiaehiuaeheauiheauihaei são nossas mãos dando risada (coisas da internet). Pois é, aí falamos em cerveja, mulheres, futebol e cerveja (não errei, falamos mais de uma vez de mulher e de cerveja).


Eu voltei pra minha casa com vontade de fazer amor com uma guria e ele ficou na casa dele com a mesma vontade. E me chamou de otário, dizendo que era indie. O que pra mim é coisa de veado, mas não importa: amigo meu não tem defeito, inimigo se não tiver eu arrumo um!



Explicação da foto: achei muito maneira, parecem dois boias frias! Queria saber se eles sonhavam mesmo em serem presidentes...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Perfume pra embebedar

Ela tem um perfume incrível, impregna nas roupas e quando passa, além de deixar aquele sorriso que mais parece um furacão que vai derrubando todo o mau humor de uma sala, provoca embriaguez. Já ouvi falar que alcoólatras quando não têm mais o que beber recorrem até a um vidro de perfume, mas quando ela passa com aquele cheiro de flores recém colhidas de um vasto campo colorido (coisa mais gay, né) dá uma sensação daqueles porres incríveis de sexta-feira.

E logo em seguida, depois de mergulhar naquele cheiro, o cara esquece tudo o que estava fazendo e parece enfeitiçado, quer mais. É realmente hipnotizador, talvez tenha efeito parecido com a bebida ou alguma droga mais pesada. Se bem que uma garrafa de ceva pesa mais ou menos um quilo, duvido que haja droga mais pesada. Voltando ao perfume daquela menina terrível de tão má, esta tarde fiquei bêbado, senti as pernas fracas (bem gay também) e o coração batendo forte. E sabe o que fiz?

Nada, absolutamente nada. Porque ela passa com a única intenção de embebedar, ela passa e deixa no ar aquela sensação de paz e de desejo. Deve ser a fragrância do amor, qualquer perfume misturado com o cheiro da pele macia dela. Aquela pele que chega a pedir um carinho quando as covinhas do sorriso se abrem, quando os pequenos olhos se mostram doces e cândidos.

Mas o perfume dela serve pra tanta coisa. Fiquei bêbado de amor, enganado por esse terrível sentimento que é o amor. E me perdi, fiz bobagens e o tempo não volta, ele infelizmente não volta. Às vezes, fica difícil juntar os cacos, porque eles estão espalhados por tudo que é canto e quando a gente acha um acaba se cortando e chora. E por incrível que pareça, chorar é bom. Mesmo que de longe, mesmo que sem sentir o perfume, mas ele continua impregnado ali, bem no coração.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Onde estão os anjos?

Há muito tempo não sentia tanta vontade de chorar, acho que desde que perdi meu pai não sinto esse peso dentro do coração. E ninguém morreu, mas uma parte de mim, uma parte boa de mim, talvez a mais verdadeira. Há muito tempo, aprendi que por pior que sejam nossos problemas, alguém ou alguma coisa sempre nos manda uma espécie de anjo pra fazer as coisas ficarem melhores.


Dessa vez isso não aconteceu, não vi nenhum anjo me oferecer proteção, e talvez, se ele apareceu, acabei recusando sua ajuda. A gente pensa, muitas vezes, que é forte e que é capaz de suportar qualquer dor. Mas elas vão nos consumindo aos poucos, desde o momento que o tiro passou pelo meu peito até agora, enquanto continuo sangrando sem saber quem disparou aquela arma.



Eu queria saber onde estão os anjos esta noite, mas espero que estejam cuidando da pessoa que apontou a arma na minha direção, espero que ela esteja bem e que possa ter paz. Não sei se o ferimento vai conseguir consumir a minha vida, tenho medo de ficar olhando pra ele assim aberto e agravar ainda mais essa infecção. O que sinto é que aos poucos aquela parte boa está se despedindo, se entregando, e tudo que sobra é uma criatura sem sentimentos, absolutamente mecânica.



Onde estão os anjos? Para onde eles vão depois que caem aqui nesse mundo tão corrompido por interesses, mentiras e um jogo de aparências onde tudo que importa é a posição na sociedade? Eu só queria descansar e parar de sentir dor, queria que um anjo desligasse os aparelhos e me deixasse voar e ser quem eu sou, mas não sei onde estão esses anjos.



domingo, 25 de outubro de 2009

Bêbado de amor

Era final de festa e eu sabia que estava bêbado, talvez por isso tive coragem para falar algumas palavras para ela. Sorridente, ela não deu muita importância ao que eu dizia, desconsiderava a seriedade daquilo por conta do alto nível de álcool em meu sangue. Acho que falei um monte de asneiras, esperando algo em troca, uma palavra, um sorriso, ou qualquer demonstração de interesse.

Há muito tempo sonhava com seu toque e desejava aquele beijo, já tinha até planejado momentos únicos para aquilo acontecer, mas na prática dava tudo errado.

No outro dia, sem lembrar de muita coisa, a vi passar por mim com seus trajes minúsculos e provocativos. Me senti mais bêbado que na noite anterior. Ela chegou pertinho o suficiente para eu sentir aquele perfume leve e sedutor. Ela perguntou se o que eu dito no outro dia era verdade. O problema é que eu não sabia como responder? Eu não lembrava o que havia dito, então gaguejei, olhei para os lados e respondi que havia muita coisa que eu guardava para mim que já deveria ter dito há tempos.


No mesmo momento notei os olhos dela brilharem, ela tentou dizer algo, mas não saiu nada, nem um obrigada pelos meus insistentes elogios estúpidos... Quando ela ia falar, acabei perdendo a paciência e não permiti, virei as costas e disse que não insistiria mais, que preferia continuar com meus sonhos. A minha cabeça naquela hora só pensava em puxá-la e parar de frescura de uma vez, abraçar ela e dar um beijo. E não fiz nada disso porque achava que não era a hora certa. E realmente não era, o tempo se encarregou de me mostrar isso.


Início de festa, boate lotada eu a vejo, linda, sozinha segurando qualquer coisa enquanto dança uma música que só ela ouve. Mais uma vez tudo a minha volta faz pensar em cada detalhe possível para me aproximar, uma desculpa qualquer e... Bingo, uísque! Ela estava pertinho de uma garrafa que eu entornaria de tristeza, sozinho, ou de bobeira, para conversar com ela. Final de festa, poucas pessoas na pista ainda insistem em se dar bem, como eu fiz... Olho para o lado e vejo ela, nua, dormindo ao meu lado, os cabelos soltos sobre o travesseiro e a respiração tranquila. E lembro de tudo, pois não estava embriagado pelo uísque aquela noite, ainda que a garrafa tenha nos atraído. Estava bêbado de amor naquela noite.


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mulher gosta de ser enganada?

Tem que ter muita coragem ou cara de pau para escrever algo assim e revelar coisas que todos sabem, mas que no fundo preferem fingir que não conhecem. Por exemplo, as mulheres adoram ser enganadas, isso é um fato. É isso mesmo, tanto que tem até uma propaganda publicitária de cerveja ou algo do tipo que mostra isso. Uma mina pensa que seria legal se os caras fossem honestos, e aí vislumbra a cena do cara falando a real o tempo todo. Claro que ela afasta a ideia na mesma hora.


Ou seja, o comercial prova que a mulher gosta mesmo é de ser enganada. É por isso que os homens que se dão bem são os mais espertos na arte de enganar ou enrolar uma mulher. Mas claro que elas preferem pensar que estão podendo mais, e aí elas fingem que estão sendo enganadas e na verdade os patinhos são os caras. Até pela experiência e pelas características de um e outro, normalmente – para a tristeza das mocinhas – são elas que acabam sendo feitas de bobinhas.



Agora mesmo, ouvindo uma música da banda Evanescence (daquela lindona da Amy Lee) ouvi uma parte que diz: “você nunca me liga quando está sóbrio”. Pois é, quantas vezes você aí, minha amiga, recebeu uma ligação ou declarações de amor do carinha aquele e curiosamente ele estava bêbado. Não, ele não começou a beber porque não parava de pensar em você. Na verdade, ele afundou o pé na jaca e só tinha uma pessoa que ele podia ligar sabendo que não seria criticado.



Eu pretendia escrever que todo homem é igual político, que é raro encontrar um que não minta, que seja honesto o tempo todo. Mas não posso, até porque nos últimos três anos eu tenho sido um exemplo de rapaz. Parece piada pra me promover, mas eu não preciso disso. Seria até mais interessante se dissesse que tenho mentido e conquistado mulheres por tudo que é canto. Só que o legal é ter conquistado a amizade de várias gurias neste período e o amor de uma sem nenhuma mentira, sem contar vantagem, sem inventar historinhas.



No fundo, ninguém gosta de ser enganado, mas muitas vezes – até por teoricamente serem mais frágeis – as mulheres vão se permitindo sofrer, chorando e sonhando por um cara que disse que tinha que estudar até tarde, mas na verdade está saindo com outras. Há um tempo, eu dei um choque de realidade numa amiga contando coisas comuns do mundo masculino, e ela quase chorou... Sei lá, mas a realidade por mais dura que seja sempre é melhor que a mentira. Ou não? Com a palavra, vocês, mulheres!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O meu grande porre

Foi no final de 2007 que escrevi no Jornal do Povo uma crônica sobre o meu maior porre. Foi quando me criticaram um monte, dizendo que eu escrevia mal e falaram mal da forma como eu escrevia. Lembro que o Fórum do Leitor bombou negativamente. Claro que fiquei chateado, eu tava substituindo um colunista e teve gente que disse que o jornal deveria deixar aquele espaço em branco ao invés de escrever meu texto. Na verdade, foi só por um dia que fiquei de cara. Não deixei de escrever por causa daquilo e ainda acho que o texto era bom.

Dane-se quem me criticou – foi minha primeira reação. Eu queria mais era extravasar quando virei aquelas cervejas numa tarde de feriado, com uns amigos. E destaquei no texto a amizade por uns velhos amigos que me carregaram pra casa, quando eu já nem conseguia andar de tão alcoolizado. Não fiz apologia nenhuma à bebida, só contei uma história. Não fui hipócrita, cada um sabe o que faz e na real vi o quanto uma palavra pode incomodar muita gente. Foi por isso, por incomodar, que até hoje continuo escrevendo sem dar muita bola se vão gostar ou não.

Na maioria das vezes nem eu gosto desses textos, mas eles são importantes pra mim, tanto quanto aquela cerveja gelada naquele feriado de 2007. Eu nunca escrevi e isso não minimiza o meu porre. Mas na verdade, só bebi aquele dia porque há dias eu estava com dificuldades pra dormir. Eu recém havia perdido meu pai e acho que a companhia dos amigos e a cerveja se encarregaram de me dar uma noite tranquila, como há muito tempo eu não tinha. Além da dor eterna da morte, foram muitos dias em que varei noites dentro do hospital, dois natais, duas viradas de ano.

Mas o meu grande porre me deu uma lição de vida, que eu precisava continuar escrevendo e contando histórias. De lá pra cá, eu inaugurei este novo blog e o atualizo pelo menos uma vez por semana. Essa foi a forma que encontrei de colocar meus pensamentos em ordem e minimizar a saudade do meu velho. Acho que a cada dia, as palavras saem mais claras, mais sensatas e mais pensadas. Nem tudo que aprendi foi escrevendo, as grandes lições vieram com a crítica, com os erros. Ninguém vai evoluir sendo elogiado o tempo todo, pelo contrário. Isso vai dar uma sensação falsa de estar agradando e aí a gente se acomoda. Não gostou do que escrevi? Então me critica! Porque eu lido muito bem com isso...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Não use máscaras

Eu gosto de receber conselhos, principalmente críticas construtivas, embora na maioria das vezes, inicialmente, eu não me mostre muito receptivo a elas. A verdade é que todo mundo adora dar conselhos, então por que este blog também não pode servir para isso, não é? Até porque eu passei da idade de dar maus exemplos (beber, dirigir sem habilitação, brigar e...) para dar bons conselhos. É aquele lance de maturidade, quando a gente chega numa fase que pensa muito antes de fazer as coisas pra não fazer merda.



Bom, meu conselho de hoje está ali no título, mas vamos ampliar um pouco isso de não usar máscaras. Basicamente, é uma dica que você não finja, seja você mesmo, sem querer agradar. Na profissão de jornalista, isso é essencial, mas também para a vida. O jornalista não precisa agradar ninguém, ele não é um vendedor, apenas um contador de histórias. Quando as pessoas agem naturalmente, sem máscaras, elas passam a ser admiradas pelo que realmente são, e não por uma imagem pré-fabricada somente para arrancar sorrisos.



Em qualquer relacionamento, a mentira, o fingimento e coisas mais nojentas que essas são fundamentais pra que tudo dê errado. Por exemplo, o cara cata uma mina dizendo que não é ciumento e que adora viajar e fazer festa. Aí, o mané fica dois meses com a guria, que começa a gostar dele, fazem festas toda semana, mais de uma vez até. O sexo é uma maravilha (isso é essencial pra um relacionamento dar certo), tem carinho e tudo mais. E aí, passa um tempo... O cara começa a mostrar que não gosta de sair, vira um mala ciumento controlador da guria. Isso quando não deixa de ser carinhoso e começa a xingar por qualquer motivo idiota.



E quem é que sofre neste caso? Claro, só a pobre coitadinha que acreditou no idiota. Mas isso é outro assunto... O que eu quero dizer é que as coisas só viraram uma merda porque o cara estava fingindo. E aí, uma hora a máscara caiu e tudo virou uma porcaria. Por isso meu conselho é mostrar tudo, não esconder nada. Deixa as pessoas conhecerem os teus piores defeitos, porque se elas gostarem de ti assim é muito mais honesta qualquer relação, sacou? Então, tira a máscara, tira a roupa, tira a maldade do pensamento, tira tudo. E seja transparente.




Só mais um reclame


Falando em transparência, quando é que vão culpar alguém pelos atos secretos do Senado, que envolveram um monte de grana pública pra empregar os parentes dos nossos representantes?



segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Alguém me devolve a merda da inocência

Meus leitores puritanos que me perdoem por ter escrito merda logo no título e na primeira linha deste post. Mas tem uma boa explicação pra isso, eu basicamente estou soltando o sentimento que me veio ao coração neste exato momento. Saí há poucos minutos da cobertura de mais uma sessão da Câmara de Vereadores. Como de costume, mais uma vez não fiquei até o final. Acho que cansei de ouvir o pessoal reclamando que a Prefeitura não tapa um buraco e falarem dos mesmos assuntos que saíram no jornal na esperança de aparecerem numa foto.


É claro que eu valorizo (e invejo) o trabalho de cada um deles. São 10 parlamentares que representam os quase 90 mil habitantes de nossa Cachoeira do Sul querida. Só que eu esperava mais deles do que inúteis brigas partidárias. Por vezes, até me satisfaço com a dedicação de alguns, mas não vou citar. Acho que o elogio estraga as pessoas, ainda mais os políticos. Já uma crítica tem o poder de transformar, se o criticado souber interpretar e tentar derrubar a crítica agindo de outra forma.



Mas eu precisava de uma boa desculpa para escrever aqui e importunar suas mentes vazias e sedentas por alguma informação nova, algo totalmente inesperado. Infelizmente, não consegui nada disso. Só descobri que quero a minha inocência de volta, pra eu não ficar pensando que é uma barbada arrumar um emprego legal quando se é filho de alguém ou parente de alguém. Eu descobri que não tenho família, porque tive que ralar muito pra ter um emprego legal. E se eu não continuar ralando, eu vou pra rua. Esse post, como o pessoal já deve ter percebido, é só uma forma de reclamar de tudo que aprendi com a vida.



Eu queria a minha inocência de volta. Queria mesmo, pra não precisar fingir quando o pessoal da política tenta me enganar com promessas absurdas que nem o Papai Noel acreditaria que existe. Queria minha inocência de volta pra sonhar que as pessoas se preocupam umas com as outras e não colocam o “eu” na frente do “nós”. Eu queria ser inocente pra não entender que é por culpa minha que nós somos governados talvez por 70% de corruptos atualmente (eu não usei pesquisa nenhuma, simplesmente sou inocente de pensar que não são 100%).

sábado, 17 de outubro de 2009

Todas as histórias

Essa noite eu estava com uma extrema dificuldade de escrever qualquer coisa aqui, mas soltei músicas boas no player pra fazer a criatividade fluir e a Vivi me ajudou com a autoconfiança pra eu não ficar sem escrever. Isso tudo e mais uma edição do Formigão pronta me fizeram ver que estou realmente no caminho certo. O jornal tá aqui sobre a minha mesa, mas vocês só vão vê-lo na segunda-feira. Às vezes, quando escrevo, parece que todas as histórias já foram contadas e olha que faz bastante tempo que não leio nada.

Na verdade, há alguns tempos, eu pensava que o Shakeaspeare já tinha escrito todo tipo de romance, mas novas histórias vão acontecendo todos os dias. E embora a evolução humana e toda a modernidade, as necessidades humanas ainda são as mesmas. Todos ainda precisam de amor, de carinho, de compreensão e atenção. Outros de dinheiro, status e poder. Essa noite eu percebi que só preciso de um papel em branco e algumas ideias pra me sentir melhor. E isso basta, porque nem todas as histórias foram contadas. E escrever o jornal pra galera é bom por isso!

Deixando de lado essa baboseira toda, voltemos à terceira edição do Formigão, que vai vir pro pessoal já na segunda-feira. Ela vai ser reduzida em relação às outras edições, terá 12 páginas. A matéria de capa é uma briga da galera da cidade por uma obra importante pros jovens. Tem uma matéria bem tri sobre os esportes que as gurias tão curtindo, como boxe, por exemplo. Tem as dicas sobre profissão de uma guria que sonha alto também e, claro, muitas fotos.

Me desculpem os curiosos, mas eu já estou pensando a quarta edição, com matérias ainda mais interessantes e que tenham histórias legais da gurizada. Então, é isso. O meu blog definitivamente vira um ponto de notícias do Formigão também. Afinal, escrevo todas as histórias aqui. Abraço a todos e boa leitura.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sociedade adoradora de imagens

Ele não fazia parte daquele círculo social da cidade interiorana, embora tivesse capacidade de articular diálogos inteligentes e até mesmo propor soluções administrativas para o desenvolvimento de sua cidade. Ele não se vestia de terno, nem tinha carro para passear na rua principal da cidade como faziam os outros jovens. Não tinha dinheiro para gastar descompromissadamente como muitos conterrâneos e o irritava aquela ostentação de imagens daquela sociedade adoradora de imagens.

Nos últimos anos, assistira a verdadeiros castelos começarem a ruir e isso o inquietava, pensava em abandonar sua terra. Ele não se sentia parte nem da própria família, dividida por ganâncias e disputas fúteis de poder em uma empresa falida. Ele não teve possibilidades de cursar uma faculdade, trabalhava e recebia o suficiente para se sustentar. Mas ele tinha muita vontade de fazer parte daquele círculo de pessoas admiradas.

Um dia desistiu, cansou de querer que o futuro chegasse num estalar de dedos e permitiu-se aproveitar a vida a cada segundo, a cada sorriso, sentindo amor em cada abraço, notando cada sentimento como se fosse realmente o último. Acompanhava a vida através de uma janela e diariamente revelava suas angústias ao mundo, sendo admirado por poucos, mas verdadeiros amigos.

A sociedade adoradora de imagens e ostentadora de castelos prestes a ruir deixou de lhe interessar, não queria mais ser reconhecido como um sábio quando percebeu que na verdade era governado por um bando de ignorantes. Permitiu-se ajudar, embora discordasse de muitas iniciativas das esferas do poder. Não fez nada pensando em retorno, apenas em um lar melhor para seus poucos, porém verdadeiros amigos. Ele não teria dinheiro, nem seria reconhecido, mas seu nome, mesmo assim, seria lembrado um dia. Mas não pela sociedade adoradora de imagens, e sim por seus valorosos amigos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Político preso (piada de mau gosto)

Eu não vou nem procurar no Google pra saber se existe algum político no Brasil que tenha sido condenado por ter feito uso ilegal dos recursos públicos. Tipo comprar uma casa de luxo, viajar com modelos para o exterior ou comprar uma Ferrari pro filhão que se formou em Direito, para o defender nos processos de peculato. Que diabos é peculato? Não é roubo de galinha, porque se fosse, garanto que esses deputados e senadores que respondem processos no STF seriam condenados.


Político preso no Brasil está em extinção ou talvez seja uma espécie que existiu como uma música de Carnaval, que pinta no verão e logo some dois, três meses depois. O pior disso é que a sensação de impunidade começa a ser aceita pela população. Isso mesmo, nós somos coniventes toda vez que pensamos “são todos assim”. E se for para pensar com mais acidez, dá para comparar muitos terneiros de políticos como aqueles fiéis de ocasião. Tem muito partidário que só lembra do político quando está na pior, como o cristão que só lembra de Deus quando tem um problema a enfrentar. E aí, vem aquele discurso “por favor, Deus, arruma um emprego pro meu filho aí na Prefeitura”. O povo é assim e muitas vezes prefeitos, governadores e o escambal são encarados como deuses.



Deve ser por isso que eles podem fazer de tudo, desviar recursos como num passe de mágica (sempre tem um truque que debocha da investigação dos ministérios públicos) e ficar impunes para o resto da vida. É de se aplaudir. E só tem um jeito de mudar isso, mas a descrença é hoje tão grande que a população não quer saber. Na verdade, só se preocupa com política quem vivencia, quem respira, quem depende dela para trabalhar, para viver ou para noticiar os fatos que dela se originam.



Alguém sabe responder quem foi o último político, dentre mais de uma centena que responde processos no STF, que foi condenado por desvio de recursos públicos? Difícil, não é?! PC Farias, que foi encontrado morto misteriosamente e da mesma forma foi esquecido após reportagens por cerca de seis meses da mídia. Acho que esse é o tempo que dura a preocupação das grandes redes de informação sobre esses capítulos. Uns seis meses sobre um escândalo político. Querem comprovar? O cara que comprou um castelo deixando de pagar impostos e direcionando o uso de recursos públicos (e não foi condenado a nada), até agora nada. E a mídia já esqueceu... Tudo bem que a Justiça é lenta, mas a indignação da população merece ao menos uma resposta imediata. A resposta foi, lamentavelmente, nada será feito. O mesmo com o Sarney, com os filhos dele. Ainda vou descobrir se ele tem uma neta feia pra ver se consigo um emprego lá no Senado. É o único jeito no Brasil de assinar carteira e não precisar nem mesmo ir ao emprego.


terça-feira, 13 de outubro de 2009

A gente anda muito moderninho

Celular, internet, carro, avião, aparelhos portáteis pra ver, ouvir, digitar, mandar vídeos, fotos... O mundo hoje anda muito moderninho. Tem muita coisa aí nessa listinha que há uns tempos os caras nem sonhavam e hoje se tornaram indispensáveis para a sobrevivência dos seres humanos. Ah, a modernidade e suas benesses. Eu fico imaginando o que os caras faziam antes pra mandar um recadinho pra uma gata, ou até mesmo como faziam pra catar uma lindinha.


Devia ser uma porcaria escrever uma carta, ou pagar algum conhecido pra escrever uma carta. Hoje, é barbada. Um torpedinho às vezes resolve mais que horas de dedicação pra uma trova. Incrível a lacuna que os celulares preencheram nesse ponto. Obrigado a quem inventou os celulares, hoje eles vem com tantas coisinhas e utilidades que alguns nem servem pras pessoas se comunicar. Eles tiram fotos e pobres das celebridades que foram clicadas em pleno ato sexual por um desses aparelhinhos e tiveram sua intimidade escancarada na internet. Sim, porque desde que a Xuxa fez aqueles filmes adultos, duvido que me provem que é possível fazer algo “sumir” da web.



Mas nada passou a ser tão indispensável como a internet. Tem gente que não passa um dia longe do Orkut, Twitter, MSN, Facebook, essas coisas. E o Google, dá pra achar de tudo, até foto da mulher mais procurada do momento... Mas a modernidade tornou a sociedade tão dependente dessas redes sociais malucas, que as pessoas aos poucos foram deixando de ir às ruas. Os caras mais antigos tinham que ir muito pras ruas pra poder encontrar mulher. Hoje, esse esforço é dispensável de certa forma. Tanto que virou até rotina casais se conhecerem pela internet e tudo mais. Mas antigamente não, era um karma. Tem amigo meu que odeia quando falam dos velhos tempos: “vocês tão loucos, eu não quero aquilo de volta”, fala ele. E lembra que era uma dificuldade tremenda pra chegar aos finalmente com uma mulher, pra ficar a sós com elas. Hoje, tem motel, tem a casa do colega de trabalho, tem o banheiro da empresa. Como eu disse, hoje é uma barbada.



Aliás, antigamente, eu estaria escrevendo isso em uma folha de caderno e sujando meus dedos com a tinta da Bic azul, que escorria porque sempre dava defeito. Mas não, posso escrever essas merdas aqui e as pessoas podem até interagir com minhas ideias e usar elas ou copiá-las. Incrível como a gente anda moderninho. Bueno, vou dar uma olhada no meu Orkut e dizer que vou dormir lá no Twitter.


domingo, 11 de outubro de 2009

Fim de carreira

Nem parece que há uma semana eu estava quase abandonando a minha carreira de jornalista porque minha cabeça estava afetada com uma série de problemas de ordem pessoal. E eu ia deixar de lado todo esse sonho que são os momentos que a gente vive cobrindo fatos históricos ou casos do cotidiano das pessoas, ia abandonar essa maravilha que é contar uma história e provocar uma série de sentimentos nas pessoas. Incrível, eu estava mesmo perdido. Ainda bem que tive a orientação certa e decidi permanecer como repórter de um dos jornais mais influentes do interior do Rio Grande do Sul, o Jornal do Povo.


E foi basicamente por isso que eu fiquei. Sem humildade nenhuma, eu fiquei porque queria continuar oferecendo a este povo, do jornal, os meus textos e uma história imparcial dos fatos. Mas também porque não queria abandonar essa cidade, ainda mais em um momento em que percebo que ela parece andar pra trás. Não larguei minha carreira porque simplesmente não consegui me desfazer da jornada maluca de trabalho que inicia na primeira hora da tarde e não tem hora pra acabar.



Não dei um fim na minha carreira porque eu não saberia viver longe da informação, a fonte inesgotável da juventude, como diz o mestre Ricardão. Como eu conseguiria passar sem cobrir uma reportagem que te enche de curiosidade e vontade de escrever só por causa de uns trocados a mais? Não sei, não lembro o que passava na minha cabeça. Só sei que hoje eu fiz uma reportagem que voltou a dar o velho tesão de ser repórter, aquelas histórias de dramas pessoais que te provocam, te fazem buscar todos os lados de uma situação para chegar o mais perto possível de uma solução ou um desfecho.



Meu editor sempre ressalta que o jornal tem que ser conclusivo e oferecer um texto claro. “Nós não podemos deixar os leitores com dúvidas, senão não vamos cumprir bem a nossa missão”, discursa ele, dentro de uma bolha, antes de sair pra fumar o oitavo cigarro do dia. Ele tem razão, e a autocrítica que me faço quando não atinjo esse objetivo é por vezes bem maior que a mijada que recebo. Mas basicamente, é por tudo isso que não abandonei essa carreira. Eu escolhi seguir trabalhando no que gosto ao invés de ganhar mais dinheiro. Isso parece estúpido para muitas pessoas. Ainda bem que eu sempre me preocupei com a minha opinião!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Paz, um sonho não tão distante

O Obama recebeu o prêmio Nobel da paz. Ótimo, de verdade. Pena que ainda estejamos longe da tão sonhada paz. O Obama mereceu o prêmio, segundo o nosso presidente Lula, por ter combatido o uso de armas nucleares. E ele está certo nisso também. Mas na hora que li a notícia sobre a concessão deste prêmio, me lembrei dum filme que vi recentemente. Trata-se de “Truman”, que conta a história de um ex-presidente americano. É um belo filme para quem quer entender um pouco de política, conhecer os bastidores e compreender que muitas vezes, a corrupção é inevitável.

Esse filme mostra também como foi a decisão de usar a bomba atômica contra os japoneses. Foi fruto de um pensamento do tipo: “ou fazemos isso, ou mais dos nossos vão morrer na guerra”. Quando se fala em paz, é incrível pensar que as guerras possam ser motivadas por interesses econômicos, políticos e até religiosos. Chega a dar vergonha de sonhar com a paz quando na terra em que dizem que Jesus viveu e pregou é uma das mais violentas.

Mas muitas coisas levam a uma guerra, a falta de tolerância é uma delas. E não é nada de bombas, mortes e ataques nucleares. A intolerância pode iniciar uma guerra em qualquer lugar. É por isso que conhecer o seu inimigo é essencial para se vencer uma guerra. Às vezes, a melhor forma de vencer uma guerra é desistir dela. Assim, ninguém morre, ninguém sofre, ninguém chora a perda de seu filho, seu irmão, seu pai. A única perda é o orgulho, que pode acabar ferido. Mas o que é o orgulho quando coisas mais importantes estão em jogo.

A paz é uma realidade distante porque muitas pessoas ainda preferem ser intolerantes e individualistas. Ela deixou de ser um sonho porque os sonhos foram deixados de lado. Mas se um negro é capaz de chegar à presidência dos Estados Unidos, transformando a história e fazendo justiça aos anos de escravidão e perseguição que sofreram, por que a paz precisa parecer impossível? É algo a se pensar...

Meu amor...

Meu amor, eu passei dias pensando naqueles minutos em que você permitiu que meus lábios tocassem os seus. Eu sei, entendo que você não quer se apegar a ninguém, sei o quanto sofreu quando amou pela última vez, mas realmente não posso prometer que não vou errar.


Meu amor, preciso que me desculpe por ainda te chamar assim, é que meu coração não consegue acostumar em pronunciar somente o teu nome. É como se o carinho que sinto por ti me impedisse de fazer isso, de te chamar sem ser doce, sem ser sincero, sem me entregar a você.



Sabe, amor, às vezes eu lembro dos dias em que passamos conversando e eu tentava te dizer que as coisas iam melhorar, logo que ele terminou contigo, permitindo que eu me aproximasse aos poucos. Eu ainda lamento ter sido precipitado e deixado você tão confusa quando te expus o que eu sentia. Só o que eu queria, amor, era uma chance de mostrar tudo o que sentia por você.



Hoje está frio amor e o tempo teima em demorar a passar, eu já caminhei pela cidade procurando qualquer coisa pra me distrair, mas era como se o teu rosto estivesse em todos os lugares. A sensação era tão estranha que eu até lia as nossas frases em cartazes, e não sabia se estava delirando. Amor, eu estou tentando dormir para não pensar nisso, a televisão só passa novelas com um enredo romântico e o único final feliz que eu queria parece distante.



Amanhã, amor, talvez eu te veja na rua e você me olhe do mesmo jeito que fez a semana passada, na última vez que pude fazer carinho no teu rosto. Tomara, meu amor, que eu entenda por que você disse que estava me amando, mas que não conseguiria ficar comigo. Como eu disse, só o que eu posso prometer é um pouco de amor, carinho e sinceridade. Não posso prometer que você não vai sofrer, só dizer que minha vontade é te levar à felicidade.



A mesma felicidade que eu senti naquele dia em que você deixou eu tocar a sua mão e caminhar contigo abraçado na rua, sob o olhar das estrelas. Eu lembro de sentir o teu rosto macio, como uma rosa, tocando minhas mãos e de voltar para casa sorrindo e cantando depois que você me deu um pedaço do céu naquele beijo. Meu amor, eu não conseguiria dormir hoje sem sonhar com você, ou sem escrever sobre o quanto te amo.



Aviso: o texto é fictício, mas a Thai merece um agradecimento sincero por ajudar a sugerir um tema, porque este blogueiro preguiçoso estava sem ideias. Valeu, guria

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Mano Changes quer escolas contra o crack


Prometi ontem que contaria o que aprendi da palestra do Mano, então coloco aqui em primeira mão a reportagem que será publicada amanhã no Jornal do Povo sobre a vinda do deputado estadual a Cachoeira do Sul. A palestra do cara é realmente muito esclarecedora e mostra, claramente, por que é preciso se manter longe do crack. Uma frase que destaco do que o cara falou é a seguinte "me digam um cara bem sucedido que seja usuário de drogas que eu pego minhas coisas e vou embora". Pronto né, não precisa dizer mais nada. Grande presença.



O deputado estadual e músico Mano Changes (PP) mandou um recado direto aos estudantes do Instituto João Neves e escolas David Barcelos, Antonio Vicente e Bairro Carvalho logo em suas primeiras palavras na palestra que aborda os malefícios do crack e enfatiza a importância dos jovens se manterem longe da droga: "a escola não pode ser chata". A partir desta declaração, Mano explicou o seu trabalho na presidência da comissão de educação da Assembleia Legislativa, onde durante três meses foi montado um relatório, diagnosticando que as escolas podem servir de ponto de partida para deixar os jovens longe do crack. "Concluímos que as escolas precisam oferecer atividades culturais, esportivas e de inclusão digital, ela tem que ser mais atrativa para os alunos, mais sedutora", discursou.
Usando uma linguagem direta e objetiva, Mano passou os números preocupantes do avanço do consumo da droga e relatou seu início. Uma frase diversas vezes repetida pelo deputado enfatiza a força da droga: "quando essa epidemia social surgiu no início da década de 90, na Praça da Sé, em São Paulo, os traficantes do Rio de Janeiro decidiram proibir a sua entrada nas favelas. Mas não porque eles são bonzinhos, e sim porque eles perdem o cliente muito rápido, porque os usuários acabam mortos", comentou. Segundo os apontamentos, de 2000 a 2007, a apreensão de crack passou de 11 quilos para meia tonelada, mostrando o aumento do consumo e o trabalho da Polícia no seu combate.

FISSURA - Usando palavras fáceis de serem assimiladas pelos jovens, Mano explicou os efeitos da droga: "em menos de 10 segundo, ela chega até o cérebro e o efeito dela, aquela fissura, dura cinco minutos. Além disso, a síndrome de abstinência é uma das mais fortes. É por isso que o usuário vende a mãe, prostitui a irmã", exemplificou. O deputado destaca a informação como a principal aliada para se manter longe do crack: "Quanto mais esclarecidos, menos dúvidas e menos curiosidade tiver, mais afastado vocês vão ficar desse mundo. E não tem que ter curiosidade com uma coisa que só traz malefícios. Porque se alguém aí conhecer um cara bem sucedido que seja usuário de crack, me prove agora que eu pego minhas coisas e vou embora", disse.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Na guerra contra o crack

São 23h12min exatamente de terça-feira. Por incrível que pareça, produzi poucas reportagens hoje, a cobertura diária da Feira do Livro, que ainda não está empolgando o pessoal, uma matéria sobre a polêmica das cotas raciais, derrubada na Justiça, uns trabalhos dos representantes do povo (eles mesmos, os vereadores) e pra fechar, com uma dedicação louca, uma reportagem sobre a vinda do Mano Changes, amanhã cedo à cidade pra falar sobre o crack.


Eu nem precisava fazer essa reportagem, não era uma obrigação profissional (todos os dias, temos uma série de matérias que “precisam sair”). Mas veio uma obrigação pessoal, a vontade de ser parte de um trabalho exemplar de combate ao uso de uma droga que faz a gurizada se matar, se prostituir, roubar e entrar no mundo do tráfico. Uma droga que não devasta, destrói famílias, sonhos, projetos. Uma droga terminal. Foi por isso que resolvi fazer a matéria e convencer meu editor a dar um espaço pra ela no jornal de amanhã. Como jornalista e a falta de tempo que essa profissão nos implica, é raro poder abraçar causas exemplares como essa. E quando elas surgem, a vontade que dá é fazer algo mais do que simplesmente ficar com a bunda sentada na frente do computador escrevendo um texto mobilizador.



No entanto, foi só o que eu fiz: uma reportagem. Contei uma história sobre a vinda do deputado e amanhã, cedinho, vou lá acompanhar essa palestra e aprender com ele um pouco mais sobre o uso do crack. Como a maioria de nós desconhece o tema, é interessante se aproximar e tentar conhecer o drama de quem vive, mas também se transformar em cidadãos conscientes capazes de retransmitir e multiplicar essa mensagem (é como quando tu entende tudo do teu time e convence um amigo que ele é o melhor, saca?!). Vou aprender mais sobre o crack e descobrir mais motivos para me manter afastado das drogas pesadas como essa (eu bebo, não fumo, mas falo palavrão). E amanhã, ou depois mesmo, eu venho aqui e conto pra vocês o que aprendi. E vocês fazem o mesmo, fechado?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Vida de jornalista





O início


Nessa vida de jornalista, vivi umas experiências bem interessantes. Cada dia é um aprendizado, é uma novidade, a gente se descobre e um mundo novo se revela. Hoje, eu escrevo textos mais direcionados pra gurizada por causa do Formigão, mas nem sempre foi assim. Antes de começar a escrever no Jornal do Povo, eventualmente eu rabiscava umas folhas dos cadernos com histórias estranhas que nasciam enquanto eu ouvia Aerosmith, Guns e outras bandas boas de 10 anos atrás.



Aprendizado


Mas na verdade, não escrevia bem, era só um monte de ideia perdida jogada no papel e pouca coisa dava pra entender. Talvez porque cabeça de adolescente é um mistério natural. Não só isso, não tinha nenhuma técnica brotando ainda também, o que existia era um gosto enorme pela leitura. E hoje, já saem textos mais razoáveis, embora haja um longo caminho a percorrer ainda.



Fatos históricos


Voltando à vida de jornalista, os fatos históricos que vivi e presenciei, além de relatar, são experiências que jamais vão tirar de mim. Como repórter, acabo de registrar a abertura de mais uma Feira do Livro. Eu podia ter escrito um texto burocrático e ir embora mais cedo pra casa, mas preferi tentar passar exatamente o sentimento que ficou das palavras dos longos discursos proferidos naquele evento. Acho que é uma forma de valorizar a preparação que eles tiveram com esses textos. Ou não, somente cumpri minha missão com o leitor da forma correta.



As reportagens


Nessa vida de jornalista, acho que a reportagem mais interessante que fiz foi o dia da eleição do Sérgio Ghignatti como prefeito de Cachoeira. Não pelo significado em si, mas pelos ensinamentos que todos os dias que antecederam o resultado me passaram. E eu fui o primeiro cara a “achar” o prefeito e fazer a primeira entrevista. Pra mim isso tem um valor imensurável. A cobertura das sessões da Câmara, embora muitas vezes cansativa, também é outra parte do meu trabalho que gosto. A série de matérias que escrevi sobre as tratativas com a Corsan, a UFSM, a Granol também entram nessa lista. Porque são fatos que envolvem diretamente o desenvolvimento da cidade e isso me preocupa.



A mudança


A profissão mudou minha personalidade, minha visão de mundo, principalmente sobre política. E isso me transformou num cara indignado, que discute e cobra e sugere soluções. E eu quero continuar um jornalista, ainda que graças ao STF, quero seguir aprendendo. E é por isso que hoje eu decidi permanecer no Jornal do Povo e à frente do Formigão. Vou me puxar um pouco mais.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Valeu, ladrão do Enem

Sei que muitos devem estar tristes com o cancelamento da prova do Enem porque roubaram ela. Incrível, não! Bueno, de qualquer forma o ministro da Educação achou um lado bom, declarando que a galera vai ter mais tempo pra estudar. Fez do limão uma limonada, mas não explica essa falha terrível com uma prova de extrema importância. Pois é, mas nem todo mundo tá de cara, não. Um amigo meu está soltando fogos de artifício. Sabe por que? Vou contar, ele pediu segredo e só por isso vou omitir os nomes.

Acontece que o cara não ia poder ver a menina que ele curte (tá apaixonadinho, o bonitão) desfilar num concurso aqui da cidade – o Broto Cachoeira. O nerd ia ficar em casa estudando pra prova, porque ele se preocupa muito com o futuro e tal, essas frescuras importantes... Vá, lá. Mas eis que o improvável acontece. Vazou a prova do Enem e, ato contínuo, o Governo suspende o lance. Ele ganhou na Mega-sena, enlouqueceu. Agora há pouco tava todo faceirão me dizendo que ia poder rever a ex... Incrível, mas ainda tem cara que gosta de mulher de verdade. Pena que ela não tá vendo, mas de repente ela dá uma chance pra ele voltar.

Se bem que pelo que ele me contou, acho que vai ser uma barra. A lindinha tá fazendo jogo duro agora, nem sei por que eles terminaram, mas ele jura que não teve chifres. E eu acredito, porque um cara mente pra guria, mas não pros amigos, pros caras que ele toma cerveja é um pecado mentir. Besteirinhas de casal, disse ele. Mas terminaram e agora ele vai ter a chance de ver ela e torcer por ela e chorar, e se emocionar com ela desfilando e talvez, por que não, vencendo o concurso. De repente ele vai poder abraçar ela e dizer que adora ela mais que tudo e falar assim: “Poxa, amor, deixa de bobagem, volta pra mim. É de ti que eu gosto!”. E blá, blá, blá.

O legal de tudo isso é o inusitado. Não fosse o cara que teve a audácia, coragem e perspicácia de roubar a prova do Enem, seja lá como ele fez isso, proporcionou uma chance pro meu camarada presenciar um dia especial na vida do amor dele. Agora, se ele vai aproveitar a chance é outra história. Vai lá, maninho. Mostra pra ela isso que tu me disse, que tá apaixonado e precisa dela. E ao ladrão do Enem, o nosso muito obrigado!