segunda-feira, 31 de maio de 2010

A CCrventia

Um dos exemplos mais claros que vejo de desperdício de dinheiro público é com a contratação de cargos políticos no poder público. Os populares CCs e sua necessidade e resultados são um tema que sempre despertou meu interesse e questionamento. Afinal, qual a serventia de um CC? Compreendo que uma administração precise se sustentar politicamente e que parte dessa sustentação passa pelo preenchimento de cargos com colegas de partido. Só que muitas vezes, pelo menos nos exemplos próximos, dá para ver nitidamente que as vagas políticas são preenchidas por amigos do governante.

E aí, é claro que nem sempre o funcionário cumpre suas tarefas com a mesma disposição com que vai ao banco retirar o gordo cheque assinado pelo povo. Aliás, o cheque cobre as horas que ele passou fugindo do serviço ou fingindo que trabalhava apenas atendendo telefonemas. Há casos de CCs que atuam como secretários, atendendo telefones e agendando encontros, e ainda aqueles que não fazem absolutamente nada e merecem o apelido de aspone (assessor de porcaria nenhuma). O pior mesmo é quando estão em cargos de primeiro escalão e não possuem conhecimento de nada e são especialistas em dar desculpa. Esses me entristecem, me revoltam porque eu sei a dificuldade que é para uma família pagar seu IPTU e deixar de comer um churrasco no final de semana.

E eu não entendo por que ainda alguns conseguem manter o civismo de cumprir com suas obrigações com os impostos. Aliás, entendo... É porque esta parcela da população, embora não saiba como combater problemas como estes, prefere não ser corrupta. Optou por fazer o certo. O problema na administração pública está justamente nesse nome: público. O gestor não administra o recurso como se fosse privado, como se os investimentos saíssem do seu bolso. Duvido que haveria emprego para figurinhas que nada fazem ou que pouco ajudam no desenvolvimento do município se fosse assim.

É por isso que defendo a profissionalização das prefeituras. Não sou estúpido de desejar que não existam mais CCs na administração pública, até porque isso é uma utopia. Mas pelo menos que se estabeleçam critérios para a ocupação desses cargos para que o CC tenha alguma serventia, e não sejam colocadas pessoas incapacitadas para a função que vão exercer. O discurso de preencher a administração com profissionais técnicos precisa ser mais do que uma frase bonita para o jornal. Enquanto o primeiro escalão às vezes até possui profissionais técnicos, as diretorias e assessorias muitas vezes estão preenchidas, não com incompetentes, mas com preguiçosos. E o CC poderia muitas vezes ser o motor na gestão pública. Só que os gestores não enxergam isso...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Por favor, vá se fuder!

Acho que eu sempre quis perder a educação de verdade, mas a educação e a necessidade do politicamente correto eventualmente me impediram de fazer isso. Hoje, a falsa liberdade de expressão que temos nos engana e nos faz acreditar que podemos, sim, ter opiniões bem estruturadas. Escrever textos claros, embasados e com argumentos e exemplos parece não funcionar mais. Pessoalmente, pelo menos por hoje, estou desistindo da educação e da tentativa inútil de falar qualquer coisa que faça sentido.

A triste realidade é que em lugar algum eu posso mandar ninguém se danar. Não adianta nem começar com “por favor, amigo, vá se fuder”. Ou então: “com todo respeito, senador, mas por que o senhor não vai tomar no seu cu, excelência?”. Se eu disser algo assim na primeira situação, arrisco perder uma amizade. E na segunda, vou preso.


O engraçado é que o senador pode empregar todos seus parentes que nada acontece, pode desviar o imposto que paguei quando comprei uma televisão nova para viajar com suas prostitutas para Paris. E nenhum deles vai preso, por mais absurdo que seja o crime cometido. E eu queria dizer às vezes pras pessoas abrirem os olhos e enxergarem o grande número de filhos da puta que entram para a política para se livrar do xadrez. Eu queria que as pessoas se revoltassem toda vez que eles alteram uma lei para se autobeneficiar, queria que a população não deixasse que seus patrões, nem os políticos, nossos empregados, fizessem merda com nossas vidas e nossos direitos.


Só que as pessoas são burras ou individualistas demais para enxergar coisas assim. É muito mais fácil desistir e ir até a lotérica pagar as contas e esperar o 13º salário para passar três dias na praia. Quem se importa se o país gasta bilhões para sustentar os políticos por ano? Eu tento acreditar que essas coisas vão diminuir, mas sou apenas um imbecil com um sonho mais ridículo que a minha cara de pau de vir aqui escrever esse monte de merda. Ah, não gostou do que leu? E eu com isso?!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Qual é a graça de sair no jornal?

Não preciso nem dizer que esse é um daqueles textos revoltados que os meus amigos dizem que escrevo quando o clima é tenso. O título já diz tudo sobre a minha revolta com uma parte, talvez maioria, da sociedade que adora ver sua foto na página social de um jornal. Aliás, há loucuras, brigas e até gente que chora pra ter sua foto publicada naquele espaço pobre, digo nobre, do jornal. Não posso criticar, até porque já apareci numa dessas colunas e preciso confessar: minha vida mudou. Sim, mudou. E 10 segundos depois, talvez menos, ela voltou a ser o que sempre foi.

Mas eu gosto de sair no jornal, principalmente quando os editores escolhem meus textos para serem publicados em algum canto do jornal que poderia ter ficado em branco. É interessante expor minhas opiniões e gosto de ser reconhecido por isso, criticado e até ameaçado por ter dito o que pensava. Tem gente que ri, tem quem deboche e me chame de alucinado ou derrotista muitas vezes. Mas não estou nem aí, muita gente está lendo e assim preenchem o vazio do meu ego.

Acho pobres os seres que não usam seu pensamento e miseráveis os que usam as ideias dos outros para se beneficiar, para aparecer numa reportagem de jornal ao lado de uma notícia que fala sobre desenvolvimento. O pior é que no dia seguinte seres intelectuais estarão comentando a coluna social, e deixam de lado questões importantes. Sei que avaliar o que é ou não importante é subjetivo. Isso aqui pra mim é importante: a minha inteligência e minha capacidade de discutir e de reconhecer que erro muitas vezes.

Mas afinal, qual o prazer proporcionado por uma foto no jornal? Quando o sujeito não tem ambição política, sinceramente não entendo aquela turma que aparece toda semana com uma legenda com um adjetivo como elegante, deslumbrante... Eles querem ser vistos, querem ser comentados e querem elogios, embora tudo na maioria das vezes seja falso e venha com um pote de inveja carregado.

Enquanto isso, a cidade tem uma série de necessidades e os gestores dão risada da sua cara que fica aí pensando na novela, no futebol do final de semana e nas pernas da sua vizinha. E como mudar essa realidade? Sinceramente, não há uma forma que não seja a educação, mas não essa preparação vazia para passar em um vestibular. A educação que o pai dá a seu filho, aquela coisa de compreender a vida, de diferenciar o certo do errado e entender o que realmente é importante, por mais que a subjetividade tente se sobrepor. É preciso ser um líder, mesmo que seja sozinho em um blog qualquer na internet. Sou um idiota, mas com convicções.

Não sei fazer poesia

Gosto do jeito que ela chega fazendo barulho...

E não entendo por que no seu olhar eu mergulho;

Ela revira as revistas que estavam na mesa...

E de nada mais nesses dias eu tenho certeza.

Ela chega contando altas histórias...

Enquanto tento esquecer lapsos da minha memória;

Ela grita comigo e pede atenção...

Eu olho para ela, que me estende a mão.

Eu sei que deveria beijar seus lábios agora.

Mas não entendo porque me olhando ela chora...

Ela se afasta, mas com toda simpatia,

com um jeito meigo e sincero que já foi meu um dia.

Nunca entendi como podia tanta beleza

Encantar, pirar e sacudir a minha cabeça

Talvez seja ilusão, ou talvez loucura

Coisas de uma mente confusa alucinada

Que não aprendeu a escrever poesia,

Mas que às vezes arrisca em uma noite escura.

Ela vai embora e eu me arrependo

De tudo que não disse, do que acabei não fazendo.

Acho que a perdi, e ela era única.

Vou embora para casa escutar qualquer música.

Destaque importante: minha criatividade estava péssima para escrever algo melhor. Perdi o show do Aerosmith em Porto Alegre, estou de luto hoje. Nos próximos posts, prometo melhorar.

domingo, 23 de maio de 2010

Vontade de chorar

Não tenho vergonha de dizer que sinto vontade de chorar. E quando a vontade nasce, normalmente, eu me atiro nela e choro e deixo as lágrimas descerem até meus lábios. É um exercício que de certa forma me faz sentir o gosto da dor e da emoção. É um sabor amargo e talvez por isso seja impossível reprimir a sensação que machuca o peito tal qual uma faca invadindo o coração. E tudo isso para terminar em um gesto simplório capaz de traduzir a nossa emoção. Nunca pensei no quão magnífico pode ser chorar. E hoje, realmente, eu me entrego às lágrimas, sem nenhuma vergonha, sem nenhum orgulho.

Talvez isso seja simplesmente porque no passado, querendo demonstrar ser forte, prendi o choro em momentos extremamente emocionantes. Era como se fosse obrigado a suportar uma carga enorme de emoção, ou o peso de equilibrar uma série de problemas em cima dos meus ombros. E não chorava, suportava. E adiava o choro ou então o escondia de todos. Agora, parece tão irracional repetir esse erro... Se mostramos ao mundo quando estamos felizes, por que não chorar? Não me sinto mais fraco por chorar. Me sinto humano.

Ontem mesmo, chorei assistindo ao filme “O solista”, em que o Jammie Fox interpreta um homem de rua que sofre de esquizofrenia. Um jornalista vê nele uma história, antes de enxergar um amigo. A força daquela amizade e os detalhes da trama tão bem colocados nos sentimentos do jornalista, vivido por Robert Downey Jr, foram responsáveis pela minha emoção. E hoje, conversando com uma amiga, e de certa forma percebendo a intensidade de uma amizade quase inexplicável, mas absolutamente compreensível, voltei a chorar. O incrível é ter iniciado este texto no momento que senti o gosto da lágrima... Talvez isso não explique nada, talvez não emocione ninguém. Na verdade, foi só uma forma de mostrar mais uma vez a minha emoção e agora que não tenho um bom final para este texto, parei de chorar e meu rosto abriu um leve sorriso só porque minha amiga disse que leria mesmo estas palavras...

sábado, 22 de maio de 2010

As lições que aprendi

Aprendi muitas coisas na escola da vida, lições como ouvir, prestar atenção em pequenos detalhes e interpretar com cuidado o que acontece a minha volta. Nem sempre isso é possível porque as emoções nos enfrentam o tempo todo e controlar a intensidade e a forma desordenada com que elas vêm não é tarefa simples. Talvez um dia eu aprenda. Enquanto isso não acontece, sigo me manifestando equivocadamente, mas nunca abrindo mão de dar a cara à tapa, de inovar, de propor, de criticar, de falar qualquer coisa que possa contribuir...

Eu não quero ser sábio, nem desejo reconhecimento por nada. Muito menos quero parecer humilde, eu só quero morrer tendo a certeza que vivi. De tudo que aprendi com meu pai, acho que viver intensamente foi a lição mais valiosa. A vida, depois da morte dele, continuou me ensinando muitas coisas, todos os dias. Aprendi uma profissão com a vida, longe de professores de faculdades, mas buscando o conhecimento na internet, em livros e com pessoas de diversas áreas do conhecimento. Com gente simples, com políticos, com gente extravagante, com empresários, com ladrões (nem todos políticos são ladrões), e com amigos, aprendi muito com meus amigos e agradeço a eles todos os dias. E eles me deixam continuar sendo amigo deles!

Aprendi que a política é a rota do desenvolvimento e me surpreendi que muitas vezes, quase sempre talvez, ela seja também a barreira para qualquer crescimento. E percebi que delegar poderes a quem não tem propostas é muito arriscado, mais ainda a quem as possui simplesmente para vencer a eleição. E infelizmente isso acontece repetidamente. Não é preciso ir muito longe para ver isso. Ainda não aprendi a reconhecer rapidamente se alguém é honesto ou não. E hoje em dia, imagino o quanto deve ser difícil para uma criança diferenciar o certo do errado. O mundo está estranho, isso precisa ser dito. Como pode a corrupção parecer comum?

Essas lições da vida me fazem compreender por que muitas vezes o mundo tem tanta injustiça social e por que é tão difícil que coisas realmente boas aconteçam, mas mesmo assim elas acontecem - se tentarmos influir no destino que nem sempre nos pertence. Fazem-me entender também que há muita coisa errada mundo afora e até do nosso lado, mas não explicam porque mesmo com todos os erros nítidos nunca ninguém ousou tentar mudar o que estava equivocado. A única conclusão que chego é que ou se acomodaram, como a maioria da população faz frente a tudo que não seja a novela, o futebol e o Big Brother, ou que então havia um jogo de interesse maior por trás de tudo. Ou simplesmente por que esconder era mesmo o melhor a se fazer pensando no macro, e não em apenas alguns umbigos. Continuo aprendendo todos os dias, essa é a graça de viver e de se sentir vivo!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

E se...?

E se eu fosse capaz de escrever aqui algo que arrancasse um sorriso seu? Algo que te emocionasse mesmo e fosse inevitável esconder sua felicidade... E se aqui eu confessasse o quanto desejei ter aqueles minutos para conversar contigo mais uma vez? Aposto que você não acreditaria por estar apenas no papel e não enxergar a verdade no meu olhar. E se talvez tudo isso seja apenas um sonho distante e não tenha mais sentido falar de amor? Talvez seja melhor mesmo só viver apenas... E sem amor, como seria viver? Será que você sabe explicar por que às vezes eu choro e não consigo confessar isso? Sabe aquela dor que a gente não consegue localizar, mas que sufoca e prende nossas palavras? Sei que você entende isso tão pouco quanto eu... E por que só você é capaz de me entender sem nem mesmo ouvir uma palavra, sacando tudo só de olhar para mim? Isso eu realmente não sei responder.

Será que isso é amor ou somente um apanhado de dúvidas de quem não entende ainda as linhas tortas do destino? Quanto mais espero respostas, vão surgindo novas perguntas. E meu mundo continua numa indefinição incrível, são novas perguntas a cada sorriso ou cada vez que você me deixa segurar sua mão.

Se algum dia você perceber que esse carinho aumenta a cada dia, será que vai me deixar abraçar seu coração e me fazer compreender que era somente o seu amor que eu precisava para não fazer mais perguntas? Não entendo porque você parece ser o meu sol em dias chuvosos como hoje e viver se torna igual a um dia nublado se não ouço a sua voz, se não vejo suas palavras que sempre fazem algum sentido e me ensinam qualquer lição que eu teimo em esquecer.

E se tudo isso for apenas um texto sem sentido e aquela troca de olhares tenha sido apenas ilusão? Não, me desculpa por falar essas sandices, mas às vezes a intensidade da minha vida e meus sonhos se confundem e preciso te confessar que tudo o que já disse são verdades que me perseguem e dúvidas que não me deixam dormir, ainda mais quando chove e lembro de tudo... E parece inevitável que eu acabe me perdendo nessas noites vazias e não reprima palavras como essas... Meus lábios estão cansados de esperar pra ficar perto do seu rosto, minhas mãos estão tremendo porque não conseguem explicar direito o que meu coração sente. E se eu te entregar meu coração, será possível continuar vivendo sem ele? Sem você?

domingo, 16 de maio de 2010

Acordo de cavalheiros

Foi em um boteco de esquina, antes de um jogo de futebol que esta história foi contada com riqueza de detalhes. Dizia um senhor, do alto de seus sessenta e poucos anos, que a política sempre reservava boas pérolas que perduravam por anos. Aquela, iniciava ele, havia acontecido em uma pequena cidade do interior gaúcho, na noite que antecedeu a eleição municipal.

Foi uma das mais disputadas da história daquele município, com candidatos caricatos e extremamente diferentes em suas ideologias e capacidades. Como qualquer eleição, disse ele, venceu a melhor promessa, ou a que havia sido melhor trabalhada na televisão e nas ruas, diretamente com o povão. A imprensa apelidou o episódio de “acordo de cavalheiros”. Era uma noite fria, gelada e todos os cabos eleitorais estavam cansados das brigas e perseguições dos dias anteriores. Foi então que os generais dos partidos resolveram ligar para seus adversários, que na verdade eram amigos pessoais. A eleição tem o poder incrível de separar irmãos, o futebol não chega a fazer isso de forma tão forte. Naqueles telefonemas, nasceria o acordo de cavalheiros. Em meio a risadas, o velho tentava imitar a voz de um dos generais dos partidos, como se tivesse participado do chamado acordo eleitoral.

Foi mais ou menos assim “olha, o pessoal tá cansado e amanhã essa hora já vamos saber quem ganhou e quem perdeu. Então, que tal dar um gás final na campanha e todo mundo pode entregar os presentes nas ruas?”. Todo mundo caía na risada esperando o desfecho da história. O homem pegava no copo de cerveja e deixava todos angustiados, esperando os próximos detalhes. Depois de engolir a cerveja, continuou. “Foi uma correria, era rancho sendo entregue em tudo que era lugar. Tinha cabo eleitoral dos dois partidos largando na mesma rua e se cumprimentando. Era uma farra nos bairros mais pobres. O pessoal que optou pelo tradicional galeto para comprar votos se deu mal, faturaram poucos eleitores naquela noite”. Mas a gargalhada geral viria mais tarde, quando o homem contou que mesmo um ano depois da eleição, ainda havia candidato derrotado com mais de 100 quilos de galeto e carne bovina guardados em casa. “Um exemplo clássico da falta de logística e mau assessoramento na campanha”, terminou o homem. Fiquei pensando nesse acordo de cavalheiros, mas não entendi ainda por que a Justiça não fez nada mesmo a imprensa tendo conseguido fotos, gravações e detalhes do que aconteceu, material que também teria sido levado pelos partidos derrotados. Comentei essa dúvida com o velho contador da história e ele simplesmente disse: “Brasil, meu jovem”.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Seus olhos e as coisas que eu não entendo

Eu não consigo encarar seus olhos mais. Ultimamente, embora eu sinta saudade deles todos os dias, está ficando mais difícil ver aquele brilho no seu olhar. Ele me atrai, me seduz e embebeda meu pensamento e não consigo fugir, apenas desviar dele. Me sinto perdido e me traio, perco as palavras, as minhas mãos tremem ao seu lado e não consigo escrever mais. E o texto vai se derramando, lentamente, na velocidade contrária da confusão de tudo que andei pensando. Tudo gira e depois a única imagem que permanece fotografada na minha mente é seu sorriso. Você me sorri apenas com o olhar.

Porque quando olho para você, é como se a noite parasse em um lugar melhor, as luzes parecem preparar um clima romântico que acaba não acontecendo. E eu desejando que meus sonhos fossem algo mais real... E quando meus pés tocam o chão, lembro que o amor não pode ser como um sonho em que desenhamos o final mais perfeito. Abro a boca, mas a minha voz está cautelosa. Tento articular, mas nada do que digo parece fazer sentido. Será que toda vez que gostamos de verdade parecemos bobos e inseguros e toda experiência parece valer tanto quanto uma nota de três reais?


Eu não entendo por que só caminhar do seu lado faz meu coração acelerar. E muito menos porque seu abraço tem o poder de curar todo o mal que um dia inteiro me fez. Não sei porque fico lutando com o que sinto, tentando encontrar uma explicação para ser tão covarde e fugir dos seus olhos o tempo todo. Eu não entendo essas barreiras invisíveis que ficam no caminho da felicidade. Porque os seus olhos me diziam algo que meu coração tentava interpretar. Mas ele não entende nada e se perde em devaneios loucos enquanto eu fico sonhando e me culpando por me entregar a esse sentimento mais uma vez. Um sentimento que eu não entendo é isso que acontece quando seus olhos me encaram em uma fração de segundos. Seus olhos estão entre todas as coisas que eu não entendo. E não sei por que costumo ter medo de tudo que não entendo.


Você me deixa tocar suas mãos e eu sinto que não sou tão forte assim para sentir seu calor tão próximo e não me aproximar dos seus lábios. Como pode parecer tão simples fazer tudo que estou querendo e ao mesmo tempo tão assustador? E agora eu fico aqui escrevendo e me perguntando como fiquei tão fora de mim assim, enquanto uma série de músicas românticas me assalta e me faz pensar naquela fração de segundos em que seu olhar era meu paraíso.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Meus pequenos conselhos

Não me acho ainda capaz de elaborar teorias ou fórmulas para que você viva melhor a sua vida. Na verdade, acho isso uma pretensão e até uma forma de escrever um tanto questionável, mas me alertaram que faço isso às vezes também. Honestamente, eu tento dar pequenos conselhos para as pessoas com quem me importo. Se elas vão aceitar e se vai dar certo, é outra história. Mas se por um acaso, esta noite, você estiver triste e sem nenhuma explicação para esse sentimento, lhe ofereço este texto.

Encontre alguém para amar, alguém para abraçar, que segure sua mão e fale o quanto você é especial. Procure por uma pessoa que você possa chamar de seu e ver o brilho no olhar dela depois de um beijo. Encontre uma pessoa que te faça contar os segundos para ficar com ela novamente. Aproveite os segundos, não feche os olhos, sinta o sol aquecendo seu coração. Deixe essa pessoa te levar para casa e sentir seu beijo, deixe que as mãos se entrelacem e os olhares se percam, mas vá devagar, tente não se apaixonar. Ou se apaixone, mas com cuidado. Tente encontrar o caminho mais curto para a felicidade, não pense demais, não fabrique teorias incríveis ou sonhos impossíveis. Viva da sua realidade e sonhe com os as mãos no coração, e não os pés no chão...

Encontre o seu destino, um lugar que te faça sorrir ao amanhecer e que pareça confortável para receber as pessoas que você gosta. Aproveite cada momento da sua vida, inclusive os ruins. Faça deles um impulso para buscar horas melhores. Não se abale se as coisas ainda não estão como você gostaria, nem se importe que tudo pareça dar errado. Espere alguns segundos que você perceberá a beleza da vida. Abra os olhos, não se feche à confusão da sua mente.

Encontre um anjo para os momentos tristes, que lhe enxugue as lágrimas, alguém para acariciar o rosto, que diga que tudo vai ficar bem. Entenda que nem sempre ele vai falar o que você espera, mas que nunca vai deixar de lhe ajudar. Encontre um anjo para compartilhar as boas horas, para dar risada e fazer festa, para passear pela cidade, fazer compras, falar bobagens em um dia chuvoso. Veja sua luz ali adiante, logo depois dos problemas, logo depois das lágrimas. E limpe o seu rosto, olhe para as suas mãos. Só depende delas o seu crescimento, a sua felicidade. Só depende de uma atitude, não espere que o céu lhe derrame a divina graça. Busque a divina graça!

Encontre uma razão para viver, que vá além do óbvio, mas algo que te tire do sério, algo que te faça querer acordar cedo no outro dia, algo que te instigue e que te provoque, algo que mexa contigo de verdade... Encontre seu caminho, sua luz no amor, na vida, nos sonhos, acredite nestas palavras, e use suas palavras com cuidado e sabedoria. Encontre o amor de verdade na sua vida, por uma crença, por alguém ou simplesmente pela sua vida... E ame, sem medo, sem pensar no amanhã. Ame agora, porque amanhã pode estar muito longe...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Por que ser um político?

Sei que o tema política não é um dos que mais interessam ao pessoal que lê o Formigão, mas meu compromisso enquanto editor do único jornal jovem de Cachoeira é também explorar assuntos importantes para o conhecimento da galera. E por isso, mais uma vez vamos falar de política. Dessa vez, vai ser de um jeito diferente. Montei um lance tipo aqueles testes, com perguntas, respostas e pontuação, pra gurizada ver se tem jeito pra ser político. Pra sacar se tem vocação. É bem simples e acho que todo mundo vai perder tempo vendo as respostas e tal.

Mas bem, não posso também dizer tudo que a matéria vai explorar senão perde a graça. A ideia basicamente é mostrar pro pessoal a importância de entender, conhecer, acompanhar e – por que não – participar da política. Você aí, já pensou em se candidatar a alguma coisa? Ou em filiar-se a um partido político? Sabia que não é preciso nada disso para atuar politicamente? Pois é, essas e outras respostas vamos tentar dar na matéria. Então, acredito que vai ficar um lance bem legal. Se pelo menos um leitor curtir e passar a se interessar mais pela política, já vou me sentir com o dever cumprido. Mas vamos agora fugir um pouco da reportagem e explicar os motivos por que não deve decidir se tornar um político. Isso mesmo, leia os exemplos e vamos separar o joio do trigo.

Você não deve entrar para política se o seu objetivo é ganhar dinheiro rapidamente e com pouco esforço. E muito menos se quer conseguir emprego para os seus parentes mais próximos que precisam de ajuda. Também não pode ser para compensar aqueles que te ajudaram quando você estava na pior, ou simplesmente por uma ânsia louca de poder. Você não deve entrar para a política se deseja comprar logo um carro ou financiar uma casa, nem se for para se livrar da cadeia por qualquer motivo.

Então, por que afinal você deve entrar para a política? Simples. Se você detesta injustiças e acha que pode contribuir para diminuir este problema. Se você fica indignado com os escândalos envolvendo corrupção em várias esferas. Se você tiver boas ideias que possam ajudar no crescimento do seu bairro, da sua cidade, do seu estado, do país. Se você realmente deseja ajudar os outros. Se você acredita que o mundo pode ser um lugar melhor e se pensa isso de verdade, e não apenas porque é um ideal bonitinho. Se você acha possível o desenvolvimento sustentável e se está pronto para receber críticas mesmo quando fizer o bem. Se você quer fazer a diferença, se você quer empunhar a bandeira da paz e mudar o mundo. Se sua resposta for sim para essas últimas frases, então participe.